"Começamos uma guerra. A primeira batalha foi vencida". Foi assim que o médico que operou Ederson na manhã desta sexta-feira definiu o primeiro passo do tratamento do meia do Flamengo para se curar do tumor do testículo, descoberto recentemente e revelado no começo desta semana. Sob cuidados do cirurgião Franz Campos, indicado pelo atleta, e acompanhado pelo Dr. Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo, o jogador passou com sucesso por uma cirurgia no hospital Copa Star, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.
No procedimento, que durou aproximadamente 40 minutos, foi necessária a retirada do testículo direito - substítuido por uma prótese. Ederson já está acordado, no quarto, acompanhado da esposa Patrizia Pighini e deve ter alta em um período de 24 horas, no sábado. Não há prazo para o atleta de 31 anos voltar aos campos.
- Começamos uma guerra. A primeira batalha foi vencida. É uma patologia rara, mas que tem um índice de cura alto, desde que conduzido com celeridade, e o Flamengo teve toda essa preocupação desde início. Teve que se retirar essa fábrica de lesão, que começava no testículo direito. Esse material foi enviado para controle de biópsia para definir o tipo histológico da lesão tumoral. Foi implantada uma prótese testicular, que é um procedimento padrão. Correu tudo bem, ele já está no quarto, já está acordado, em companhia da esposa. Esperamos os melhores resultados para ele - explicou Dr. Franz Campos.
Ederson em ação pelo Flamengo. Não há prazo para o retorno aos gramados (Foto: Reprodução)
Próximo passo tende a ser quimioterapia, explica médico
A cirurgia, anteriormente marcada para a próxima segunda-feira, foi antecipada para esta sexta para aumentar ainda mais os altos índices de cura de casos desse tipo. O médico-cirurgião explicou que o testículo retirado será enviado para biópsia, que indicará o tipo e o grau de agressividade da lesão. O resultado da análise deverá sair dentro de uma semana.
Nos próximos dias, Ederson passará por novos exames, como tomografia e ressonância magnética, que indicarão se a lesão acometeu ou não outras regiões. Segundo Dr. Campos, a partir destas informações, serão traçados os próximos passos do tratamento. De acordo com o médico, a tendência é que o jogador dê continuidade ao processo com quimioterapia.
- O tratamento é multidisciplinar. Começa com a cirurgia, com a retirada do testículo e, a seguir, a análise, não só da peça cirúrgica, mas de exames complementares que ele fará, para quantificar se existe mais lesão além dessa que foi retirada do testículo. Muito provavelmente ele será submetido a quimioterapia, que tem duração média de 2 a 3 meses, com ciclos que vão se intercalando de tempos em tempos - explicou Dr. Franz Campos.
Dr. Franz Campos e Dr. Márcio Tannure (Foto: Felipe Siqueira)
Sem prazo para a volta aos campos
Não há prazo para Ederson retornar aos campos. Os médicos explicaram que ainda é preciso colher mais informações para se ter um quadro mais exato da doença e que é preciso que o meia termine o tratamento quimioterápico e tenha alta clínica antes que retome o intenso grau de atividade física ao qual um jogador de futebol profissional é submetido.
- Nesse momento, o mais importante é a saúde do atleta. O retorno às atividades iremos acompanhar no dia a dia. A cirurgia é só a primeira etapa. Ele ainda vai ter que passar pelos tratamentos químico e clínico. Ainda não tem previsão de cura. Uma previsão de volta (aos campos) só poderemos dar após alta clínica. Uma vez que ele tiver medicamente curado, será avaliado. Vamos montar um protocolo para que ele volte gradualmente até a sua melhor performance. Estamos esperançosos que ele volte o mais breve possível. A cirurgia foi muito bem sucedida e isso nos dá um conforto de que as coisas sairão dentro do esperado – disse Dr. Márcio Tannure.
#ForçaEderson: jogador recebe carinho de torcedores do Fla e de clubes rivais
Ederson foi diagnosticado com tumor no testículo, descoberto após dois exames de doping positivos nas partidas contra o Atlético-MG (13 de maio) e Atlético-GO (17). A substância é a beta-HCG, que estimula produção de testosterona. Como o jogador informou ao departamento médico não ter ingerido nenhuma substância proibida, o Flamengo, então, fez exames complementares no último fim de semana, de imagem e sangue, que constataram o tumor.
Clube e atleta revelaram a doença em uma coletiva, realizada no Ninho do Urubu, na última terça-feira. A notícia comoveu torcedores rubro-negros e de clubes rivais e ganhou repercussão mundial. Através das redes sociais, internautas de todos o Brasil, jogadores, fãs e torcedores mandaram mensagens de apoio ao camisa 10. A hashtag #ForçaEderson chegou ao topo das menções no twitter. Douglas Friedrich, goleiro do Avaí, que passou pelo mesmo problema, foi um dos que enviaram vídeo com palavras positivas.
Fonte: Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!