Policiais militares do Ceará são investigados pela Controladoria Geral de Disciplina por suspeita de agressão e abuso de autoridade. As acusações são do bacharel em direito Sérgio Alves Mota, que mostra marcas de agressão pelo corpo. São cortes, arranhões e hematomas nas pernas, braços, boca, rosto e nas costas. Segundo o porta-voz da Polícia Militar, os policiais envolvidos no caso foram temporariamente afastados.
"Os policiais chegaram, arroderam o carro, e quando eu fui descer, outro já batendo no vidro, abrindo a porta, e a primeira palavra que ele diz foi me chamar de vagabundo. Eu estou na porta da minha casa, dentro do meu carro, um policial chegar me chamando vagabundo? Eu pedi pra eles me respeitarem", diz Sérgio. "Quando eu pedi pra eles me respeitarem, eles se alteraram mais ainda, foi tipo uma ofensa."
Ele conta também que tentou filmar a ação, mas foi impedido. "Quando eu comecei a filmar, eu só vi o tapa no meu celular, que eu nunca mais eu vi ele, e já me puxaram pela camisa pra fora e foram socos e pontapés."
Em seguida, conforme o relato de Sérgio, ele ligou para a polícia para denunciar o caso: "Foi a pior ideia da minha vida, porque chegaram mais duas viaturas à porta da minha casa, e agora não eram mais cinco, eram 15 homens invadindo a minha casa."
A mulher de Sérgio, Danúbia dos Santos, diz que, além do casal, a filha deles, de 13 anos, sofreu abusos. "Minha filha disse 'mãe, eu fui coagida. Pediram para eu passar o número do meu telefone porque ele deu todas as demonstração de que estava insinuando que queria ter um contato comigo'."
Sérgio foi levado à Delegacia por suposta resistência à prisão e ao IML, para realizar exame de corpo de delito. Em seguida, ele foi liberado. "Eu fui embora para casa a pé, humilhado. A minha vontade hoje que eu tenho é de ir embora de Fortaleza."
Apuração
"Essas denúncias serão apuradas no âmbito dos órgãos competentes. Nós vamos aguardar a apuração desses fatos. O comandante desses policiais militares já foi cientificado do que aconteceu. Por uma decisão administrativa pra que esses policiais sejam retirados do serviço operacional e fiquem no serviço administrativo até que seja apurado em definitivo o que aconteceu", diz o porta voz da Polícia Militar, coronel Andrade Mendonça.
O porta voz diz ainda que o ato não faz parte das orientações da corporação militar. "Sem fazer nenhum juízo de valor", completa Mendonça, "o que a corporação tem a reafirmar é que nós repudiamos qualquer ato de violência desnecessário praticado por algum policial militar.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social informou que a apuração do caso foi realizada "de imediato" e que os fatos estão sendo apurados.
Fonte: G1
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