Manifestantes voltaram a ocupar as ruas de Hamburgo, na Alemanha, nesta sexta-feira (7), no início da Cúpula do G20. Pelo segundo dia consecutivo, os ativistas protestam contra o encontro dos chefes de governo das 20 maiores economias do mundo.
Um grupo tentou entrar na área bloqueada perto da sede do encontro e outros se espalharam pela cidade para tentar impedir o acesso à cúpula.
Há registro de confrontos com a polícia, que usou água para dispersar os manifestantes, de acordo com a CNN. Carros foram incendiados no bairro de Altona. De acordo com a Reuters, 160 policiais ficaram feridos, três seguem no hospital, 15 pessoas foram presas e dezenas foram interrogadas. Não há informações sobre quantos manifestantes se machucaram.
Segundo a Efe, foram registradas umas ações para sabotar a circulação dos trens. A polícia detectou a presença de objetos sobre os trilhos em uma estação de trem, atrapalhando o tráfego ferroviário.
Ainda de acordo com a agência, a primeira-dama dos EUA, Melania Trump, foi temporariamente impedida de sair da residência na qual está hospedada. Ela e o presidente Trump estão na casa de hóspedes do governo da cidade-estado de Hamburgo, uma mansão à beira mar.
Policial retira manifestante que bloqueava rua em Hamburgo, na Alemanha, nesta sexta-feira (7) (Foto: Hannibal Hanschke/ Reuters)
Ela participaria, assim como os outros acompanhantes dos líderes, de um programa de atividades organizado por Joachim Sauer, o marido da chanceler alemã, que lhes preparou uma excursão de barco no porto de Hamburgo e uma visita a um centro de investigação sobre o clima.
Na quinta-feira (6), violentos protestos deixaram ao menos 111 policiais e um número indeterminado de manifestantes feridos, segundo a Efe. A polícia deteve 44 pessoas.
Carro é incendiado durante protesto contra cúpula do G20, em Hamburgo, na Alemanha, nesta sexta-feira (7) (Foto: Hannibal Hanschke/ Reuters)
Reforço
De acordo com a France Presse, a polícia de Hamburgo pediu apoio suplmentar para "aliviar" seus efetivos. Forças de toda a Alemanha estão concentradas no local, assim como soldados da Áustria.
Unidades da polícia de choque de Berlim e da região de Schleswig-Holstein indicaram que preparam o envio de centenas de agentes para Hamburgo.
Putin e Trump
O encontro dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, é o mais esperado da Cúpula do G20. Nos últimos tempos, raramente as expectativas antes de uma primeira reunião de cúpula entre os EUA e a Rússia foram tão altas.
Especialistas costumam apontar semelhanças no comportamento dos dois chefes de Estado, mas o que chama a atenção é que Trump se encontra sob forte pressão política em seu país devido ao escândalo de ingerência russa na campanha eleitoral nos EUA.
Manifestante grita palavras de ordem diante de policial durante protesto em Hamburgo, na Alemanha, nesta sexta-feira (7) (Foto: Steffi Loos / AFP)
Moscou gostaria de ter visto muito mais cedo um aperto de mão entre os dois presidentes. "Trata-se principalmente de uma normalização do diálogo", afirmou o chanceler russo, Serguei Lavrov.
A Rússia anseia um reinício para as tensas relações, que vêm se deteriorando desde a anexação da Crimeia por parte de Moscou. No entanto, especialistas russos disseram não esperar nenhum avanço em Hamburgo.
A luta conjunta contra o "Estado Islâmico" (EI) e o controle de armas nucleares devem ser discutidas pelos dois presidentes. Nesse ponto, russos e americanos têm um interesse comum – especialmente em relação à Coreia do Norte.
Manifestante toca flauta enquanto polícia passa durante protesto contra a realização do G20, nesta sexta-feira (7) (Foto: Hannibal Hanschke/ Reuters)
O presidente do Brasil, Michel Temer, chegou a Hamburgo na madrugada desta sexta. Embora mergulhado em uma grande crise política, ele acenou com a possibilidade de não viajar para a Alemanha, para tratar de garantir votos contra sua denúncia na Câmara. Mas foi convencido a ir.
Fonte: G1
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