O advogado do ex-goleiro Edinho, Eugênio Malavasi, irá entrar com novos embargos de declaração para evitar a prisão do filho de Pelé. A 14ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rejeitou os embargos de Malavasi e, caso ele não apresentasse um novo recurso até essa segunda-feira (3), Edinho poderia ser preso.
O filho de Pelé conseguiu na Justiça, em abril deste ano, um habeas corpus para responder em liberdade pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas.
Malavasi estudou a situação durante o fim de semana e resolveu apresentar novos embargos para impedir uma nova prisão do ex-goleiro. Em entrevista ao G1, ele preferiu não revelar o teor dos documentos porque o caso está em segredo de Justiça. O TJ-SP não tem um prazo para julgar os recursos. O ex-goleiro deve aguardar o julgamento dos novos embargos em liberdade.
Em fevereiro deste ano, o TJ-SP condenou Edinho e reduziu a pena de 33 anos e quatro meses de reclusão para 12 anos e dez meses em regime fechado. Os outros envolvidos no processo, com situação idêntica a Edinho, também tiveram suas penas reduzidas.
Além do filho de Pelé, Clóvis Ribeiro, o "Nai"; Maurício Louzada Ghelardi, o "Soldado"; Nicolau Aun Júnior, o "Véio ou Nick"; e Ronaldo Duarte Barsotti, o "Naldinho", foram condenados pelo mesmo crime. Nai deverá cumprir pena de 15 anos de reclusão. Já Soldado e Nick irão ficar 11 anos e quatro meses na prisão. Os mandados de prisão dos três já foram expedidos. "Naldinho" está sumido e, portanto, é considerado foragido.
Ex-goleiro do Santos, filho de Pelé foi preso em Praia Grande, SP (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
O caso
A primeira prisão de Edinho aconteceu em 2005. O ex-goleiro foi detido com outras 17 pessoas pela Operação Indra realizada pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), acusado de ligação com uma organização de tráfico de drogas comandada por Naldinho, na Baixada Santista. Após seis meses em prisão provisória, foi solto com liminar em habeas corpus concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em janeiro de 2006, ele teve a prisão decretada com o aditamento da denúncia, que passou a incluir o crime de lavagem de dinheiro. Edinho obteve o direito de permanecer em liberdade por causa de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em fevereiro, o Ministério Público denunciou o ex-goleiro por lavagem de dinheiro, o que resultou em uma nova prisão, 47 dias após conseguir a liberdade. Depois disso, a Justiça vinha negando com frequência os pedidos de liberdade feitos por Edinho.
No dia 30 de maio de 2014, o ex-goleiro foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas após decisão da juíza Suzana Pereira da Silva, auxiliar da 1ª Vara Criminal de Praia Grande. Edinho foi preso no dia 7 de julho por não ter apresentado seu passaporte à Justiça, uma das exigências para permanecer em liberdade até a decisão final da Justiça. Eugênio Malavasi, advogado de Edinho, conseguiu um habeas corpus para liberar seu cliente.
Em novembro do mesmo ano, o ex-goleiro foi detido no Fórum de Praia Grande, após cumprir a medida cautelar que exigia que ele comparecesse mensalmente em juízo e registrasse sua rotina. Edinho foi solto no dia seguinte. A Justiça acatou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa.
O ex-jogador estava esperando o julgamento em liberdade e foi preso no dia 24 de fevereiro, na cadeia anexa ao 5º Distrito Policial de Santos. Ele saiu da cadeia seis dias depois, quando a prisão foi suspensa pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Saldanha.
Em março, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou a expedição do mandado de prisão do ex-goleiro. Os magistrados rejeitaram os embargos de declaração interpostos pelo advogado de Edinho, Eugênio Malavasi. O defensor, porém, entrou com um pedido de habeas corpus para evitar a prisão, que foi concedido no dia 4 de abril.
Fonte: G1
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