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terça-feira, julho 04, 2017

Acusados de planejar morte de radialista potiguar, ex-pastor e comerciante vão a júri popular juntos

Gilson Neudo Soares do Amaral, ex-pastor evangélico, e Lailson Lopes, o 'Gordo da Rodoviária', vão a júri popular juntos  (Foto: Rosivan Amaral e Willacy Dantas)

O ex-pastor evangélico Gilson Neudo Soares do Amaral e o comerciante Lailson Lopes, ambos acusados de planejar a morte do radialista Francisco Gomes de Medeiros, o ‘F. Gomes’, assassinado a tiros em 18 de outubro de 2010 na cidade de Caicó, na região Seridó potiguar, serão julgados juntos. Gilson sentaria no banco dos réus nesta quarta (5), mas o júri popular foi adiado para o próximo dia 19, quando também será julgado o comerciante, mais conhecido como ‘Gordo da Rodoviária’.
A decisão de juntar os réus foi da juíza Eliana Alves Marinho. O júri está marcado para começar às 8h no Tribunal do Júri do Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes, no bairro de Lagoa Nova, Zona Sul de Natal.
“A fim de resguardar os ditames constitucionais da imparcialidade dos jurados. Assim, encontrando-se ambos os feitos em condições de serem julgados, e, tratando-se do mesmo fato, determino, em atenção aos princípios da celeridade e da economia processual, a unificação dos processos, para que sejam os réus antes nominados submetidos ao Tribunal do júri, conjuntamente”, determinou a magistrada.
Quinto adiamento
Gilson Neudo deveria ter sido julgado no dia 16 de março de 2016, mas o procedimento foi reagendado porque a defesa dele avisou que não poderia comparecer. Em abril, o júri foi novamente adiado porque o réu desconstituiu o advogado de defesa. O fato obrigou o juiz Luiz Cândido Vilaça a decidir pelo adiamento. Depois, em razão do desaforamento (sendo o local do julgamento transferido de Caicó para Natal), o júri que estava agendado para o dia 16 de novembro do ano passado foi remarcado para o dia 5 de julho. Agora, com a decisão de juntar os júris de Gilson Neudo e Lailson Lopes, o julgamento foi remarcado para o dia 19.

F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó (Foto: Sidney Silva/Cedida)
F. Gomes foi morto em 2010, em Caicó (Foto: Sidney Silva/Cedida)

O crime
Francisco Gomes de Medeiros tinha 46 anos e trabalhava na rádio Caicó AM. Ele foi assassinado na noite de 18 de outubro de 2010, deixando mulher e três filhos. F. Gomes foi atingido por três tiros de revólver na calçada de casa, na rua Professor Viana, no bairro Paraíba, em Caicó. Vizinhos ainda o socorreram ao hospital da cidade, mas o radialista não resistiu aos ferimentos.
Consórcio
Segundo o Ministério Público, os acusados de participação na morte de F. Gomes fazem parte de um 'consórcio' de pessoas que se uniram com um propósito: eliminar o comunicador. Inicialmente foram denunciados o mototaxista João Francisco dos Santos, mais conhecido como 'Dão', o comerciante Lailson Lopes, o ex-pastor Gilson Neudo, o advogado Rivaldo Dantas de Farias, o tenente-coronel da PM Marcos Antônio de Jesus Moreira e o soldado da PM Evandro Medeiros.

Até o momento, João Francisco, o 'Dão', foi o único condenado pela morte do radialista (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
Até o momento, João Francisco, o 'Dão', foi o único condenado pela morte do radialista (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)

Dão: O mototaxista admitiu ter puxado o gatilho. Como autor material do crime, ele foi condenado a 27 de prisão em regime fechado. O julgamento aconteceu no dia 6 de agosto de 2013. A defesa dele não recorreu da decisão. Depois de passar por várias unidades, ele atualmente cumpre pena no Presídio Federal de Mossoró, na região Oeste do estado.

Lailson Lopes: O Gordo da Rodoviária já sentou no banco dos réus pela morte do radialista, mas o júri acabou anulado. Foi no dia 12 de abril de 2014, quando o comerciante foi condenado a 14 anos de prisão. Contudo, o MP recorreu da sentença com o objetivo de que a pena fosse aumentada. Os desembargadores então entenderam que, na verdade, deveria ocorrer outra sessão de júri, o que foi determinado. Assim, o júri acabou anulado. Ele aguarda o novo júri em liberdade.

Rivaldo Dantas: Também denunciado como mandante do crime, o advogado foi igualmente sentenciado a ir para o banco dos réus, mas aguarda em liberdade a Justiça definir uma data para o júri popular.
Quanto ao tenente-coronel Moreira e o soldado Evandro, eles não foram pronunciados e, consequentemente, acabaram excluídos do processo. Ou seja, não são mais acusados de participação no crime.

Fonte: G1

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