Os policiais civis Carlos Augusto Farnochi Cordeiro e Renato Zille Cardoso recebiam até R$ 11 mil semanais de traficantes, para repassar informações sobre operações do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) da própria instituição em favelas do Rio. Ambos estão foragidos, após não terem sido encontrados na operação que busca cumprir 10 mandados de prisão nesta segunda feira (26), no Rio.
"É a maior rede de informações para o tráfico já desbaratada no Rio de Janeiro", disse o delegado assistente da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), Vinicius Domingos, um dos responsáveis pela operação.
As operações que eram reveladas a criminosos pelos agentes eram planejadas para algumas das maiores e mais violentas favelas da cidade, como a Cidade Alta, em Cordovil, e o Complexo da Maré, ambas na Zona Norte, e a Vila Aliança e a Cidade de Deus, as duas na Zona Oeste.
Segundo o corregedor da Polícia Civil, Leonardo Borges, Carlos e Renato recebiam o dinheiro de diferentes facções. "Eles se passavam por policiais da DCOD", afirmou Borges, que explicou como era a divisão desse dinheiro. "De algumas facções eles recebiam R$ 1,5 mil, de outras favelas eles recebiam até R$ 11 mil por semana".
O delegado Marcelo Martins, chefe do DGPE, explicou que os dois já trabalharam no departamento. Atualmente, Carlos estava lotado na Delegacia de Atendimento ao Idoso e Terceira Idade (Deapti), enquanto Renato trabalhava na 16ª DP (Barra da Tijuca). "É triste e preocupante quando isso acontece", disse o delegado assistente da DCOD, Vinicius Domingos.
A operação desta segunda-feira é um desdobramento de outra ação da DCOD, realizada em maio, quando foram presos o traficante Fabio Fernandes Vila Real, conhecido como Parrudo e o dono da loja TH Joias, Thiego Raimundo dos Santos Silva. Os dois, segundo as investigações, são o "braço financeiro" da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).
Na ocasião, a DCOD cumpriu cinco mandados de prisão temporária e 34 de busca e apreensão em vários locais da cidade, apreendendo veículos de luxo, joias, dinheiro, celulares, computadores e documentos. A Justiça também determinou o sequestro de dois imóveis e o bloqueio de contas bancárias. Os valores arrecadados com as apreensões totalizam cerca de R$ 5 milhões.
Fonte: G1
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