A Polícia Federal realizou a Operação Bola Fora, nesta sexta-feira (9), contra o vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e prefeito do município alagoano de Boca da Mata, Gustavo Feijó (PMDB). A investigação apura o recebimento de R$ 600 mil em “caixa 2” para a campanha eleitoral dele.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas a pedido do Ministério Público Eleitoral, em quatro endereços no estado. Nos locais foram apreendidos documentos e mídias digitais. Feijó confirmou à reportagem do G1 que é alvo da operação, mas nega as acusações.
"O inquérito policial é sobre uma denúncia que foi feita contra minha pessoa. Estou com a consciência tranquila. Os fatos serão apurados e a gente vai ver quem está com a verdade", disse Gustavo Feijó.
A assessoria jurídica de Feijó se pronunciou por meio de nota e disse "que todos os gastos eleitorais por ele realizados foram integralmente declarados e sua prestação de contas devidamente aprovada por essa mesma justiça especializada".
Durante as buscas, o filho do vice-presidente da CBF, Felipe Feijó, que é presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), foi preso em flagrante por posse ilegal de arma, mas sem relação com a Operação Bola Fora. Ele foi levado para a sede da PF em Maceió, pagou fiança e foi liberado.
Também por meio de nota, a assessoria jurídica de Felipe Feijó falou que o presidente não possui vínculo com o objeto da investigação, visto que Felipe não havia assumido o cargo de presidente no período dos fatos investigados.
Informa, ainda, "que a busca realizada na sede da Federação não resultou em nenhuma apreensão. Quanto ao recolhimento da arma de fogo de uso permitido encontrada em sua residência, esclarece também que a inexistência de ilicitude será oportunamente comprovada perante à Justiça", explicou a nota.
A operação é um desdobramento da CPI do Futebol, instaurada em 2015 para investigar supostas irregularidades em contratos assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O superintendente da PF em Alagoas, delegado Bernardo Gonçalves, disse que as diligências para busca de provas foram solicitadas a partir da descoberta de e-mails com pedido do valor para a campanha de Feijó em 2012.
"De acordo com esses emails, a campanha do atual prefeito teria sido de R$ 2 milhões e ele declarou apenas R$ 105 mil. E a CBF teria arcado com R$ 600 mil", explicou o delegado.
A PF ainda investiga se a FAF, onde também houve cumprimento de mandados de buscas nesta manhã, foi utilizada no esquema como ponte para o envio da verba de caixa 2. "Há também a possibilidade da CBF ter repassado o dinheiro para a Federação Alagoana de Futebol", disse Gonçalves.
Por meio de nota, a FAF disse que a entidade recebeu uma visita da PF nesta manhã e falou que contrubuiu com o trabalho da polícia, que aconteceu de forma tranquila e que não houve nenhuma apreensão com recolhimento de documentos ou materiais.
"A FAF, sempre regida pela ética e transparência da atual Administração, permanece à disposição para contribuir e prestar quaisquer esclarecimentos às autoridades e aos órgãos competentes", diz um trecho da nota.
Segundo o superintendente da PF, Gustavo Feijó pode responder por crime de falsidade ideológica eleitoral. "Há um indício de compra de votos porque em um dos e-mails ele fala de um valor para um vereador e de lavagem de dinheiro".
Delegados da PF em entrevista coletiva em Maceió para detalhar Operação Bola Fora (Foto: Carolina Sanches/G1)
Fonte: G1
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