A denúncia do Ministério Público Federal contra os ex-deputados Henrique Alves e Eduardo Cunha, ambos do PMDB, revela que a empreiteira Odebrecht pagou R$ 2 milhões a Alves como contrapartida à promessa de privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern). O pagamento foi feito por meio de caixa dois à campanha do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB) ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.
As defesas dos dois ex-parlamentares afirmaram ao G1 que não iam comentar a denúncia porque ainda não tiveram acesso à peça judicial.
De acordo com os procuradores, a empreiteira tinha interesse na aquisição da companhia para futuros investimentos, haja vista a promessa de Alves em vender a companhia caso fosse eleito governador do estado. O pagamento, feito em espécie, não foi contabilizado pela campanha de Alves.
O valor, ainda de acordo com a denúncia, foi negociado por Henrique Alves junto com o ex-deputado Eduardo Cunha, seu aliado, entre os dias 2 de agosto e 16 de outubro de 2014. O acerto foi feito com o Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, da Odebrecht, que pagou os R$ 2 milhões. O pagamento foi acertado em uma reunião do executivo na presidência da Câmara Federal, então presidida por Eduardo Cunha, em agosto daquele ano. A Câmara Federal confirmou que o representante da empreiteira esteve no local naquela ocasião.
“O repasse de propina por meio de valores em espécie, a pretexto de utilização em campanha eleitoral, não tendo havido a correspondente declaração em prestação de contas, consistiu em estratégia de dissimulação da origem ilícita dos valores, provenientes de crime de corrupção. Os ex-parlamentares cometeram os crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro qualificada”, diz a denúncia.
Alvo da operação Manus, um desdobramento da Lava Jato, Henrique Alves estám preso desde o dia 6 de junho na Academia de Polícia Militar do Rio Grande do Norte, em Natal.
Fonte: G1
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