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terça-feira, junho 13, 2017

'Não estou arrependida porque não fiz nada de errado', diz médica que se negou a atender bebê


A médica Haydée Marques, que se negou a atender um bebê de um ano e meio na semana passada disse, após prestar depoimento na 16ª DP (Barra) nesta segunda (12), que não tem responsabilidade na morte da criança.
"Estou triste e muito abalada pela criança ter morrido, mas não estou arrependida porque não fiz nada de errado do código de conduta médica. Eu pedi outra unidade, com pediatra para atendê-lo", disse.
"Não sou pediatra, não sou neurologista, pedi à outra unidade de ambulância para atender esta criança. Disseram que a unidade estava indo”, relata.
Segundo ela, a criança não corria risco de vida e tinha uma unidade de cuidados especiais em casa. De acordo com o relato da médica, a técnica em enfermagem teria informado que o quadro era de uma gastroenteirite de uma criança de um ano com neuropatia.
Segundo a delegada titular da unidade, Isabelle Conti, testemunhas ainda serão ouvidas e a médica não "trouxe elementos". Conti confirmou que a médica estava à espera de uma nova ambulância. "Ainda não há pedido de prisão", informou.
O advogado que representa a família do menino Breno afirmou que eles entrarão com um processo contra o plano de saúde Unimed, contra a médica Haydée Marques, que teria se recusado a atender a criança, e contra a Cuidar, empresa terceirizada que faz o serviço de ambulância.
Segundo Gilson Moreira, ela deveria ser afastada do exercício da medicina pelos órgãos responsáveis.
"Ela é uma médica que deveria ter saído da ambulância, prestado auxílio, tirado a criança daquelas condições, levado pra UTI preparada pra essa finalidade e ser socorrida numa UTI de um hospital para que, efetivamente, ela pudesse ser socorrida", explicou o advogado.

'Me tirou a última chance', diz mãe
Depois o depoimento da médica, a mãe de Breno, o bebê morto, disse que acredita que a médica lhe tirou a última chance de salvar o filho.
"Eu acho que ela me tirou a última chance. Eu não tenho como garantir que o meu filho estaria vivo, mas eu tinha uma chance de ir ao hospital. No momento em que ela chegou, às 9h10 da manhã e a hora que meu filho foi a óbito, as 10h26, em 1h20 eu teria chegado hospital e meu filho teria atendimento. Ele poderia ter vomitado sim, mas aí eu teria outros recursos que hospital me oferecia, que no caso não tinha", disse a mãe do bebê, Rhuana Lopes Rodrigues.

Fonte: G1

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