sábado, junho 17, 2017

Mulher morre após receber transfusão de sangue errado na Santa Casa de Pinda, diz polícia

Rosiane Silva morreu por erro em transfusão de sangue na Santa Casa de Pinda (Foto: Arquivo pessoal)

Uma transfusão de sangue errada causou a morte de uma mulher de 46 anos na Santa Casa de Pindamonhangaba nesta quinta-feira (15), segundo a polícia. Um inquérito foi instaurado para apurar a responsabilidade pelo equívoco.
Segundo a polícia, a paciente Rosiane Aparecida da Silva tratava um acidente vascular cerebral (AVC) quando, por um erro, recebeu uma transfusão com o tipo sanguíneo errado. A paciente sofreu uma parada cardíorespiratória e morreu cerca de 10 minutos após o engano.
Ela deu entrada na unidade no último dia 3 e estava em coma induzido. Ela compartilhava o quarto com outro paciente que também seria submetido a uma transfusão de sangue.
"A enfermeira percebeu o erro, quando leu a etiqueta na bolsa, logo depois de colocar injetar o sangue na paciente. Eles tentaram reanimar a vítima, mas ela não resistiu. Agora a gente vai ouvir a profissional para saber se houve dolo [intenção]”, informou Angela Aparecida Cabral, delegada responsável pelo caso.
A paciente morreu por volta de 17h e a família foi informada que ela tinha falecido às 21h. O atestado de óbito demorou mais de 12 horas para ser liberado, o que ocorreu apenas após registro de um boletim de ocorrência.
Velório
A família velava a vítima em Pinda quando foi informada que o erro na transfusão teria causado a morte. O sepultamento de Rosiane teve que ser adiado por cerca de cinco horas para que o corpo fosse levado para o IML em Taubaté, onde passou por necrópsia. O exame, exigido pela delegada, sera incluído no inquérito.
Inicialmente, a família disse que o hospital informou apenas que Rosiane tinha morrido em decorrência do quadro clínico considerado grave. “Eles nos ofereceram apoio, disseram que fizeram tudo para tentar salvar a vida dela, mas que ela não resistiu. Em momento algum soubemos do problema com as bolsas de sangue”, contou José Carlos Morais, irmão da vítima.
Segundo a delegada, a direção da Santa Casa foi quem procurou a polícia para explicar a situação por volta das 11h. Um boletim de ocorrência contra a Santa Casa foi registrado pela família às 13h. Com isso, o enterro da mulher que estava marcado para às 14h,ocorreu às 18h30 desta sexta por causa da confusão.
“Ficamos surpresos e assustados. Queríamos enterrar a minha irmã em paz e ficar apenas com a saudade dela. Mas agora o nosso sentimento é de revolta e de dúvida, porque talvez ela poderia estar aqui”, afirmou o irmão.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, além de apurar a conduta dos profissionais do hospital, também será investigado o motivação da demora para acionar a polícia e a liberação do corpo sem o registro da ocorrência.
O caso foi registrado como morte suspeita e a enfermeira que teria sido responsável pela troca das bolsas de sangue será ouvida na próxima semana.
À reportagem do G1, a Santa Casa de Pindamonhangaba informou que, sobre a demora, acionou a polícia apenas após apurar os fatos internamente.
A unidade informou ainda que vai abrir uma sindicância para apurar a conduta dos envolvidos e que aguarda a conclusão do inquérito policial. Sobre a enfermeira envolvida no caso, não informou se ela será mantida no cargo durante a investigação.

Fonte: G1

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