Morreu, no início da noite desta quinta-feira (29), a paciente internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Centro do Recife, com suspeita de ter contraído raiva humana. Segundo a assessoria de comunicação da unidade de saúde, a morte da mulher de 30 anos foi registrada entre 19h e 20h.
Segundo o hospital, ainda não há a confirmação de que a paciente tinha raiva humana. "A partir de agora, o corpo segue para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), setor para onde são encaminhados os pacientes cuja causa da morte não foi identificada", explicou ao G1 a coordenadora da UTI de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) da unidade de saúde, Ana Flávia Campos.
Ainda de acordo com a médica, não há uma data precisa para a conclusão dos exames no corpo da mulher. "Isso varia de caso a caso, mas também estamos à espera dos exames que virão de São Paulo para entender se a paciente realmente contraiu a doença", afirmou Ana Flávia, referindo-se ao material encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen) para ser transferido para tal estado do Sudeste.
Em 26 de abril, a vítima havia sido agredida por um gato na mama direita, mas não tinha procurado nenhuma unidade de saúde. No dia 18 de junho, apresentando sintomas, ela foi internada no Hospital Agamenon Magalhães, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Com o agravamento do quadro, ela foi transferida para o Huoc na segunda (26) e, desde então, os médicos da unidade passaram a investigar se a paciente havia contraído raiva humana.
Diante da suspeita, a Secretaria de Saúde do Recife deu início a um protocolo do Ministério da Saúde, de bloqueio vacinal. A ação consiste na vacinação de cães e gatos que vivem no bairro de Santo Amaro, local em que a vítima morava, na captura de morcegos em áreas de risco e na orientação de donos de animais sobre o que fazer em risco de acidente com os bichos. Até a tarde desta quinta (29), 4,9 mil domicílios foram visitados pelas equipes.
Raiva em humanos
A raiva é uma doença de origem viral transmitida, em geral, por mordidas de animais, arranhão ou mesmo lambida. Uma vez mordidas, as pessoas devem tomar vacina e soro logo após o incidente que teria ocasionado a transmissão do vírus. Mas, quando esse sistema não é bem aplicado ou o paciente não toma as vacinas, a doença se desenvolve, causando inflamações no cérebro e na medula. Quando isso acontece, a maioria dos pacientes não sobrevive.
Mordido por um morcego contaminado em 2008, um jovem pernambucano de Floresta é considerado o primeiro caso de cura de raiva humana no Brasil. Ele passou 11 meses internado no Houc, onde uma técnica desenvolvida nos Estados Unidos, que salvou um paciente em 2004, conseguiu ser aplicada com sucesso pela primeira vez.
Desde 2004, não há registro de raiva canina ou felina no Recife. O último registro de raiva humana na capital pernambucana ocorreu em 1998.
Fonte: G1
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