Mais de 50 túmulos foram encontrados depredados na manhã desta quinta-feira (15) no cemitério Cruz das Almas, em Lages, na Serra catarinense, informou a prefeitura. Imagens sacras, mármores, vidros e foram quebrados, e cruzes, derrubadas. A Polícia Civil deve investigar o caso.
Um dos jazigos mais famosos do local ficou completamente destruído: o do caixeiro viajante Ernesto Canozzi e seu empregado Olintho Pinto, vítimas de assassinato na cidade em 1902. O caso teve grande repercussão na época, foi tema de longa-metragem e estudos acadêmicos, e faz parte até hoje da cultura popular da cidade - eles são conhecidos como "irmãos milagreiros".
"O local foi totalmente destruído. É como se o autor ou autores do ato conhecessem muito bem o local", informou a prefeitura, em nota. Marcas de sangue foram encontradas em alguns pontos, segundo a mesma nota. A Polícia Militar acredita que mais de uma pessoa tenha sido responsável pelos atos de vandalismo.
Nada foi roubado, de acordo com uma vistoria feita no local, e não há registro de que nenhuma ossada tenha sido levada. "Após a perícia completa e a quantificação exata das sepulturas danificadas, os familiares serão contatados para acharem uma forma conjunta para a revitalização dos jazigos depredados", disse a prefeitura. Isso porque alguns dos jazigos foram construídos com materiais que não são mais encontrados no mercado.
Túmulos depredados foram isolados na tarde desta quinta (Foto: Paulo Chagas)
Os túmulos depredados foram isolados na tarde desta quinta. Segundo a prefeitura, o cemitério é cercado com muros com altura máxima 2,5 metros de altura e tem portões com cadeados. Não havia sinais de arrombamento, segundo a PM.
A prefeitura informou ainda que a polícia tem suspeitos do crime. A Central de Polícia da cidade afirmou que o caso foi registrado, mas que a investigação ficará a cargo da 1ª DP, em recesso nesta quinta.
Jazigo, que atraía visitantes que faziam pedidos e oferendas, foi destruído (Foto: Prefeitura de Lages/Divulgação)
Fonte: G1
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