A ex-presidente Dilma Rousseff prestou um depoimento na tarde desta quinta-feira (22) em Porto Alegre, por videoconferência, como testemunha em um processo decorrente da Operação Zelotes. Dilma chegou por volta das 16h30 desta à sede da Justiça Federal na capital gaúcha. O testemunho durou cerca de uma hora e meia, terminando por volta das 18h.
Conforme a assessoria de Dilma, ela estava acompanhada por advogados. O carro acessou a garagem privativa, e a ex-presidente não passou pelos jornalistas na chegada e na saída. O depoimento foi para a 10ª Vara, em Brasília.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o filho Luiz Cláudio Lula da Silva e dois empresários, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, foram denunciados por prática de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Dilma é testemunha do Ministério Público Federal (MPF), e respondeu tanto a perguntas da acusação quanto da defesa.
A denúncia relacionada à Operação Zelotes foi apresentada em dezembro. Segundo o MPF, os crimes foram praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, como ex-presidente, teria participado de um esquema para beneficiar empresas junto ao governo Dilma.
Durante as investigações, no entanto, não foram encontrados indícios de que Dilma tivesse conhecimento do suposto esquema.
Em troca do benefício, diz a denúncia, os empresários teriam repassado cerca de R$ 2,5 milhões ao filho de Lula. Segundo relatório da Polícia Federal, não houve prestação de serviço pela empresa dele. A PF diz também que o material produzido pela empresa era cópia de material disponível na internet.
Na documentação enviada ao juiz, o MPF descreve como teria sido a atuação de cada um dos quatro investigados no esquema. Segundo a denúncia, o empresário e lobista Mauro Marcondes "comandou" a organização criminosa, fazendo a ligação entre as empresas beneficiadas e a família de Lula.
Já a mulher e sócia de Marcondes, Cristina Mautoni, teria participado "ativamente" das contratações e do "fluxo de informações" com as empresas e com Luís Cláudio Lula da Silva.
De acordo com a denúncia, ao ex-presidente Lula coube "fazer os encontros com fortes indícios de que deu aval" para Mauro Marcondes e Cristina Mautoni propagarem, "para fins contratuais milionários", o apoio e prestígio que tinha junto ao governo federal e à Presidência da República.
A denúncia afirma que a Luís Cláudio coube fornecer dados de uma das suas empresas a fim de receber o dinheiro a título de apoio do ex-presidente, mediante um contrato de fachada.
A assessoria de imprensa de Dilma informou ao G1 que a defesa da ex-presidente não se manifestará sobre o depoimento.
Fonte: G1
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