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domingo, maio 07, 2017

Violência diminui na Síria após início de acordo sobre zonas de segurança

 Homem anda de bicicleta perto de edifícios destruídos em Douma, cidade tomada por rebeldes perto de Damasco neste sábado (6); conflitos diminuíram após início de acordo envolvendo Rússia, Turquia e Irã  (Foto: Sameer Al-Doumy/AFP)

A violência diminuiu acentuadamente neste sábado (6) em várias províncias da Síria, coincidindo com o início da aplicação de um acordo concluído entre a Rússia, Irã e Turquia em vista de uma trégua duradoura.
O início deste processo acontece dois dias após a assinatura por Moscou e Teerã, aliados do regime de Bashar al-Assad, e a Turquia, que apoia a rebelião, de um memorando que prevê a criação de quatro "zonas de segurança" na Síria.
Vários acordos de trégua ou cessar-fogo foram implementados nos seis anos de guerra no país, mas todos fracassaram.
Este plano, no entanto, parece mais ambicioso, uma vez que prevê a vigilância dessas "áreas de desescalada" pelas forças dos países patrocinadores.
O acordo começou a ser aplicado à meia-noite de sábado (17h de sexta-feira no horário de Brasília), mas o memorando entrará realmente em vigor em 4 de junho, quando as quatro zonas serão delimitadas por um período renovável de seis meses.
No entanto, o texto não prevê explicitamente se os combates deveriam cessar imediatamente, e nem o regime sírio nem os rebeldes anunciaram o fim das hostilidades.
Além disso, algumas horas após o início do processo, alguns combates esporádicos e bombardeios foram registrados, mas com menor intensidade que o habitual.
"Fora alguns combates e bombardeios durante a noite e neste (sábado) de manhã nas províncias de Hama, Damasco (centro) e Aleppo (norte), a violência diminui acentuadamente nos setores abrangidos pelo acordo", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Menino sírio enche baldes com água em fonte de mesquita na cidade de Douma, perto de Damasco, neste sábado  (Foto: Sameer Al-Doumy/AFP)
Menino sírio enche baldes com água em fonte de mesquita na cidade de Douma, perto de Damasco, neste sábado (Foto: Sameer Al-Doumy/AFP)

'Ambiguidade'
De acordo com o OSDH, que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, a aviação do regime bombardeou cidades rebeldes na província de Hama e houve confrontos durante a noite na região.
O exército sírio também bombardeou bairros rebeldes da capital Damasco neste sábado de manhã, enquanto confrontos esporádicos eclodiram à noite perto de uma cidade da província de Aleppo.
A oposição síria expressou na sexta-feira "suas preocupações quanto a ambiguidade" de um acordo que, segundo ela, "não oferece todas as garantias necessárias e não prevê mecanismos de verificação".
Além do estabelecimento de uma trégua duradoura, o memorando visa a melhorar a situação humanitária e criar as "condições para o avanço do processo político", enquanto a guerra na Síria já causou mais de 320 mil mortes desde 2011.
As "zonas de desescalada" serão dotadas de "áreas de segurança", com postos de controle e centros de supervisão controlados conjuntamente "pelas forças dos países patrocinadores" e possivelmente "de outras partes".
Nestas áreas, as forças do governo e grupos armados da oposição não poderão usar de força militar, incluindo a aviação.
2,67 milhões de civis
Ao mesmo tempo, os fiadores deverão separar os grupos armados opositores dos "grupos terroristas" que são, de acordo com o documento, o Estado Islâmico (EI) e a "Frente al-Nusra" (antigo nome da atual Frente Fateh al-Sham) e todos os grupos, entidades e pessoas afiliadas a eles.
A separação entre os rebeldes e jihadistas da Fateh al-Sham sempre foi um grande obstáculo para a implementação de tréguas na Síria. Porque, enquanto o EI não tem qualquer relação com os rebeldes, que ele combate intensamente, a Frente Fateh al-Sham formou alianças com grupos rebeldes em várias regiões.
Segundo o acordo, uma "zona de desescalada" irá incluir a província de Idleb (noroeste), controlada por uma coalizão de rebeldes islâmicos e jihadistas, incluindo a Frente Fateh al-Sham, e setores das províncias de Latakia, Hama e Aleppo.
No centro do país, haverá também uma área na província de Homs.
Outra zona será estabelecida em Ghuta Oriental, o maior reduto rebelde nos subúrbios de Damasco, com cidades como Duma e Harasta.
E no sul, farão parte algumas áreas das províncias de Deraa e Quneitra, controlada em grande parte pelos rebeldes.
De acordo com um membro do Estado-Maior russo, 2,67 milhões de civis e 41.500 rebeldes serão beneficiados.

Fonte: G1

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