Na manhã desta sexta-feira (26), detentos da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP) foram vistos consumindo drogas dentro da unidade. Uma equipe da Inter TV Cabugi entrou no presídio e flagrou também a falta de estrutura e o sucateamento das guaritas de vigilância, onde ficam policiais militares. A unidade foi palco da fuga de 88 presos nesta quinta-feira (25), a maior debandada da história do sistema prisional potiguar.
O comandante da Guarda da Polícia Militar, sargento Stuart, autorizou a entrada da equipe da Inter TV Cabugi nas guaritas. Da guarita número 3, é possível ver os presos livres no pátio. Os detentos fumam maconha e agem normalmente, sem ser importunados.
Segundo o secretário da Sejuc, Luis Mauro Albuquerque, os presos da PEP estão soltos dentro da unidade desde 2015, quando houve uma rebelião generalizada e as grades das celas foram arrancadas. O resultado disso é que os detentos circulam livremente pelos dois pavilhões e áreas de convivência da penitenciária.
Estrutura precária
A equipe da Inter TV Cabugi teve acesso às guaritas e constatou a falta de iluminação elétrica e encontrou janelas quebradas. A guarita 4 do presídio fica a cerca de 10 metros do buraco por onde os presos escaparam. Os policiais improvisam usando um espelho para ampliar o campo de visão no local. A visão no local é reduzida pois, além de a abertura ser pequena, um muro foi construído no local e, por causa da distância, os guariteiros não conseguem enxergar o que acontece do lado de fora, perto do muro.
Um policial militar que não quis ser identificado estava trabalhando na hora da fuga e contou como foi. “Foram muitos tiros, mas eles não paravam de correr. Um colega se arriscou, foi no lado de fora pra ver mais ou menos onde era o buraco, e eles ficaram tentando dar o apoio. Conseguiram achar o buraco e evitar que cerca de 280 presos saíssem”, afirmou o policial.
Policiais precisam se encostar à janela da guarita para ver muro; espelho improvisado amplia campo de visão (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
O secretário reconhece que falta de efetivo também prejudica a segurança do presídio. "Quatro agentes pra tomar conta de 589 internos é humanamente impossível. Seriam necessários, só no plantão, 15 agentes por turno pra fazer o serviço", informou. Ele ressalta que este problema deve ser resolvido com o concurso público para agentes penitenciários que está em andamento.
Segundo Luis Mauro, os presos foram transferidos do pavilhão onde começa o túnel para instalação de grades. A Sejuc também criou, junto com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), uma força-tarefa para recapturar os fugitivos. Até agora, nove dos 91 foram recapturados.
Fonte: G1
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