A Polícia Civil de Itapira (SP) confirmou, nesta terça-feira (2), que instaurou um inquérito para apurar as causas do acidente com um avião bimotor no último sábado (29). O voo era de instrução e tinha decolado do Aeroclube de Campinas (SP), na sexta (28). Instrutor e aluno morreram.
O inquerito policial foi aberto no 2º Distrito Policial de Itapira. O delegado Anderson Lima, titular da Delegacia de Polícia da cidade, informou ao G1 que as pessoas que prestaram os primeiros socorros no local foram intimadas a prestar depoimento.
Segundo Lima, o Aeroclube de Campinas foi oficiado para apresentar toda a documentação pertinente ao voo, ao treinamento, à manutenção e ao registro de segurança da aeronave.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado informou que o local do acidente foi periciado e a polícia aguarda o resultado dos laudos.
O responsável pela comunicação do aeroclube, Márcio Doná, disse ao G1, nesta terça, que ainda não recebeu o ofício da Polícia Civil. No entanto, por protocolo, as documentações necessárias para a investigação já foram separadas, segundo ele.
"É de interesse nosso que seja apurado absolutamente tudo, inclusive em termos de responsabilidades. Por cautela, [o aeroclube] já guardou a aeronave, já pediu perícia em combustível, dentro do protocolo de segurança", afirma Doná, que ressaltou que também está sendo feita uma apuração interna sobre o ocorrido.
Queda na mata
O avião saiu na sexta do Aeroclube de Campinas, no Aeroporto dos Amarais, e os destroços foram encontrados quase 16 horas depois em uma área de mata na zona rural de Itapira, no sábado. O bimotor modelo PA-30 perdeu contato com a base na tarde de sexta, por volta das 16h.
Após um aviso da aeronáutica sobre um alerta de impacto no avião, iniciaram-se as buscas. Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 9h foram localizados os corpos das vítimas no local.
Estavam na aeronave o piloto Bruno Henrique, de 28 anos, morador de Cosmópolis (SP) e instrutor com pelo menos duas mil horas de voo; e o aluno Thiago Zvolanek, 22 anos, de Campinas, que fez uma postagem em rede social quando ainda estava no aeroporto, antes do acidente.
Cenipa apura
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) iniciou, no sábado, as apurações sobre o que provocou a queda. Segundo a assessoria do Cenipa, houve recolhimento de destroços e avaliação da área onde houve o acidente ainda no sábado.
O Aeroclube de Campinas informou que ainda não recebeu um ofício do Cenipa sobre a investigação. O órgão, no entanto, informou ao G1, nesta terça, que a investigação é feita de maneira reservada e que talvez não seja necessário acionar o aeroclube.
O setor de imprensa do Cenipa ressaltou, ainda, que essa investigação não tem a finalidade de indiciar e apresentar culpados, mas de encontrar os fatores que contribuíram para o acidente e, assim, elaborar recomendações de segurança para evitar ocorrências semelhantes no futuro. Não há prazo para a conclusão das investigações, mas, quando o processo for finalizado, o relatório final será divulgado no site do Cenipa.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que a situação para voo e a manutenção da aeronave estavam dia, uma vez que o certificado de aeronavegabilidade só venceria em novembro de 2020. Já a inspeção anual de manutenção teria validade até outubro.
Fonte: G1
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