Aproximadamente 70 pessoas já foram identificadas pela Operação Gabarito da Polícia Civil da Paraíba, como suspeitas de participação no esquema que fraudou pelo menos 70 concursos e vestibulares em vários estados brasileiros.
O número de aprovados através da venda de gabaritos passa de 500, de acordo com o levantamento da investigação até esta segunda-feira (15). Apesar dos números, a polícia identificou que não há vazamento de gabaritos por por meio de empresas organizadoras das seleções e que a atuação da quadrilha é independente.
O resultado das duas primeiras fases da Operação Gabarito foi apresentado na manhã desta segunda-feira, mas o delegado responsável pelas investigações, Lucas Sá, diz que o trabalho começou deve demorar a ser concluído. “Isso é só o começo do trabalho da polícia civil", diz.
Até a sexta-feira (13), 25 pessoas já tinham sido presas, sendo 19 no dia 7 e outras seis na sexta-feira, além de 11 veículos apreendidos e muitos documentos e equipamentos eletrônicos que estão passando por perícia. Uma quantidade não divulgada de drogas foi apreendida na casa de um casal de policiais militares que foi preso na segunda fase da operação.
O delegado disse que ainda nesta segunda devem ser emitidos pela justiça outros mandados de prisão, que devem ser cumpridos ao longo da semana pela polícia, mas Lucas Sá não deu detalhes sobre a quantidade e os alvos desses mandados.
Dois líderes ainda não foram presos
Um dos suspeitos que ainda não foi preso, um Policial Rodoviário Federal, é apontado como o terceiro em importância na quadrilha, sendo que os dois primeiros, que são irmãos, já foram presos. Ele recebia pelo menos 25% dos lucros da quadrilha. Segundo Lucas Lá, ele estava na casa onde funcionava o ‘quartel general’ da quadrilha no bairro do Altiplano no dia 7, quando teve início a operação, mas saiu do local antes dos policiais chegarem. "Mas a gente tem informação de que ele consta como aprovado em diversos concursos e aprovou também várias pessoas da família", diz. Os dois irmãos apontados como chefes da quadrilha acumulam, juntos, 29 aprovações em concursos.
Além dele, também segue procurado pela polícia o homem apontado como responsável pela logística e operação dos pontos eletrônicos. Ele foi aprovado no concurso do Detran, onde trabalha atualmente, mas fugiu quando outros membros do grupo informaram sobre as prisões no dia da primeira fase da operação. Segundo Lucas Sá, ele já tinha sido preso em flagrante por fraude em concurso em 2014.
Até esta segunda a polícia já identificou que o esquema contava com professores de matemática, raciocínio lógico, português, direito e informática, contratados para responder às provas e passar os gabaritos. Mas o grupo também oferecia uma assessoria jurídica aos 'clientes', que era acionada em casos de candidatos que pudessem ter problemas com desclassificações.
Fonte: G1
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