Oito ônibus e dois caminhões foram incendiados por criminosos nesta terça-feira (2) no Rio, após uma megaoperação da Polícia Militar para acabar com a guerra entre traficantes na Cidade Alta, comunidade em Cordovil, na Zona Norte.
A represália de criminosos contra a prisão de pelo menos 40 suspeitos causou um caos no trânsito da cidade, já que os veículos queimados estavam em vias expressas, usadas por motoristas para trafegar em direção ao Centro do Rio, em horário de grande movimento. A cidade entrou em estágio de atenção às 10h50, segundo o Centro de Operações.
Três ônibus estavam na Rodovia Washington Luiz, na altura dos acessos da Linha Vermelha e da Avenida Brasil, sentido Juiz de Fora; quatro ônibus estavam na Avenida Brasil, onde o caminhão também foi queimado; além de um ônibus e outro caminhão em Cordovil, em um dos acessos à comunidade da Cidade Alta.
Devido aos ataques, motoristas tentaram voltar na contramão e passageiros de outros coletivos que passavam na região ficaram em pânico. O congestionamento na cidade, por volta das 11h, atingiu 66 quilômetros — equivalente a uma viagem entre o Rio e Maricá.
Mais de 30 fuzis apreendidos
De acordo com a PM, a Cidade Alta foi alvo de uma invasão por traficantes de comunidades rivais. Moradores relataram intenso tiroteio durante toda a madrugada. Logo cedo, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e dos batalhões de Olaria (16º) e Maré (22º) fizeram cerco aos criminosos em uma megaoperação.
Até 14h40, 40 pessoas tinham sido presas e 32 fuzis e 10 granadas, além de outras armas, haviam sido apreendidos durante a ação na Cidade Alta. Três PMs ficaram feridos por estilhaços.
O porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, afirmou em entrevista à GloboNews que o cenário de violência encontrado pela corporação “não é comum em nenhum país do mundo”.
“Não posso dizer que a missão é fácil, a missão é muito complexa. Estamos verificando algo que não é natural. Foi uma ocorrência com 17 fuzis apreendidos, isso não é comum em nenhum país do mundo. É uma cidade que teoricamente não está em guerra, mas estamos atuando sim”, afirmou Blaz.
O trânsito em direção ao Rio também ficou muito lento durante a manhã. Não há informações de civis feridos.
Em redes sociais, moradores relataram medo de sair de casa e troca intensa de tiros. Trabalhadores disseram estar com medo de sair para trabalhar por conta do tiroteio intermitente.
O Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), além do Grupamento Aeromóvel (GAM) foram acionados em razão de ações criminosas contra coletivos na Avenida Brasil e na Rodovia Washington Luis (BR-040), onde ônibus foram incendiados.
Fonte: G1
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