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sábado, maio 27, 2017

Mala da JBS a Loures não tinha chip para investigação não ser descoberta

Vídeo da PF mostra Rodrigo Loures saindo de pizzaria com R$ 500 mil em mala (Foto: Reprodução)

A mala com R$ 500 mil entregue pelo executivo da J&F Ricardo Saud ao deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-RR) não tinha chip instalado para que as investigações não fossem descobertas e outros pagamentos, comprometidos.
A entrega da mala ao deputado foi acompanhada à distância por policiais federais, numa das chamadas "ações monitoradas", adotadas a partir das delações dos executivos do grupo que controla a JBS.
Saud é um dos executivos do grupo que fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
O encontro entre ele e Loures foi agendado por Joesley Batista, dono da JBS. A mala foi entregue em uma pizzaria em São Paulo e, segundo as investigações, Loures, ex-assessor especial da Presidência da República, era o intermediário do presidente Michel Temer para assuntos da J&F com o governo.
Suplente do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), atual ministro da Justiça, Rodrigo Rocha Loures foi afastado do mandato parlamentar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça (23), Loures entregou a mala na sede da Polícia Federal em São Paulo, com R$ 465 mil. Na quinta (25), ele informou ao Supremo ter devolvido os R$ 35 mil restantes.

O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) (Foto: Reprodução/TV Globo)
O deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) (Foto: Reprodução/TV Globo)

Entenda o caso
O deputado afastado foi filmado pela PF recebendo uma bolsa com R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. O acerto, segundo Ricardo Saud, é para que fosse feito pagamento semanal no mesmo valor, durante 25 anos.
Conforme as investigações, o valor semanal poderia chegar a R$ 1 milhão se o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), valor fixado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em R$/MWh , para a comercialização da energia, ultrapassasse R$ 400.
Loures teria telefonado para o presidente interino do Cade, Gilvandro Araújo, para interceder pelo grupo. O Cade informou, em nota, que a área técnica da Superintendência Geral recomendou a instauração, inicialmente, de Procedimento Preparatório e, posteriormente, de Inquérito Administrativo, procedimentos padrão para apurar denúncias anticoncorrenciais.
A entrega de R$ 500 mil para Rocha Loures ocorreu em São Paulo. Depois de passar por três endereços em um mesmo encontro (um café em um shopping, um restaurante e uma pizzaria), Loures deixa a pizzaria levando uma mala preta com o dinheiro.
Conversas entre Loures e Ricardo Saud indicam qual era o entendimento do parlamentar sobre o impacto das denúncias e das investigações no STF contra ministros do governo Michel Temer.
Em uma das conversas, o deputado concorda em apresentar uma prévia do relatório da medida provisória do Refis, que ainda não era público, para o diretor da JBS. Na conversa, os dois falam sobre esconder o que a JBS queria no texto incluindo os pontos como sugestão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).

Fonte: G1

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