O Egito lançou nesta sexta-feira (26) ataques aéreos contra a Líbia, após o ataque que deixou 28 mortos e 24 feridos no Cairo. Os militares egípcios afirmam que lançaram os ataques depois de terem certeza de que extremistas da Líbia estão envolvidos no atentado de mais cedo. Também disseram que os ataques ainda estão em andamento. Mais cedo, a agência Reuters informou que seis ataques tinham sido lançados contra o país vizinho.
Segundo a agência oficial egípcia Mena, que citou fontes de alto escalão, as forças aéreas egípcias destruiram "por completo" o principal centro dos grupos jihadistas "Majlis al Shura" e "Muyahidín de Derna" em Derna, um dos principais bastiões dos grupos jihadistas na Líbia.
Pouco antes de os ataques serem divulgados, o presidento do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, afirmou que havia ordenado ataques contra "campos terroristas", dentro ou fora do país, e que Estados que patrocinam o terrorismo seriam punidos.
Em discurso transmitido pela televisão, Al-Sisi acusou o Estado Islâmico (EI) de ter cometido o ataque, apesar de nenhum grupo ter reivindicado a autoria até o momento. O presidente participou de uma reunião de emergência com os serviços de segurança após o ataque.
"Esses ataques têm como objetivo acabar com o Egito porque o Daesh (acrônimo em árabe de EI) quer romper a união entre os egípcios", disse o presidente no discurso.
No discurso, além de expressar condolências às famílias dos mortos, o presidente do Egito alertou que o EI está "quase derrotado" na Síria. Por esse motivo, muitos combatentes estão entrando agora no país através do Sinai, base do Wilayat Sina, a filial egípcia do grupo. O presidente egípcio também disse que muitos terroristas estão entrando no país pela fronteira com a Líbia.
O ataque desta sexta foi promovido por atiradores desconhecidos contra dois ônibus e uma caminhonete que transportavam cristãos coptas. Os cristãos iam para ao mosteiro de Mosteiro de São Samuel, no sul da capital egípcia quando criminosos, que estavam a bordo de três picapes, abriram fogo contra os veículos, segundo o governador da província de Minya, Essam al-Bedaiwy.
O ataque ainda não foi reivindicado, mas coincide com a ofensiva iniciada há alguns meses pelo braço egípcio do grupo extremista Estado Islâmico (EI) contra a minoria copta no Egito. A Reuters informou que há um grande número de crianças entre as vítimas, segundo um funcionário do Ministério da Saúde.
Mensagem a Trump
Em seu discurso, Sisi ainda enviou uma mensagem para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que tem confiança na capacidade do republicano em lutar contra o terrorismo.
Acompanhado de outros 50 líderes de países de maioria muçulmana, Sisi se encontrou com Trump na semana passada em Riad, na Arábia Saudita, para lançar uma estratégia contra o extremismo e inaugurar um centro para lutar contra a ideologia dos terroristas.
Trump foi um dos líderes internacionais que condenou o ataque contra os cristãos coptas e pediu a seus aliados que se unam para derrotar o terrorismo. "O derramamento de sangue cristão deve parar, e todos que ajudam os autores dessas mortes devem ser castigados", afirmou, em nota divulgada por sua assessoria. "Os terroristas empreenderam uma guerra contra a Civilização, e todos aqueles que valorizam a vida devem enfrentar e derrotar esse demônio", acrescenta a nota.
Minoria cristã no Egito
A província de Minya abriga uma comunidade de tamanho considerável da minoria cristã, que representam cerca de 10 % da população de 92 milhões do Egito. Os coptas são uma das comunidades cristãs mais importante do Oriente Médio e uma das mais antigas.
Eles foram alvo de uma série de ataques letais em meses recentes. Em 9 de abril, um Domingo de Ramos, explosões em duas igrejas cristãs coptas em Tanta e Alexandria deixaram ao menos 44 mortos e mais de 100 feridos. Os ataques foram reivindicados pelo EI, que há alguns meses iniciou uma ofensiva contra a minoria copta no Egito.
Segundo a Reuters, 70 pessoas morreram em ataques contra comunidades coptas desde dezembro.
A comunidade cristã do Egito recebeu no mês passado o apoio do papa Francisco. Durante uma visita de dois dias, o pontífice defendeu a tolerância e o diálogo entre muçulmanos e cristãos.
Imagem divulgada pela província egípcia de Minya mostra, no Egito, mostra corpos de vítimas mortas em ataque contra cristãos desta sexta-feira coptas (26) (Foto: Minya Governorate Media office via AP)
Fonte: G1
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