O cantor Belchior terá a primeira homenagem do dia na cidade onde nasceu, Sobral, zona norte do Ceará, na manhã desta segunda-feira (1º). O corpo chegou ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, por volta da 1h da madrugada, de onde foi embarcado em um voo fretado pelo governo cearense e foi levado para Sobral, depois, seguirá para Fortaleza, onde será sepultado .
A previsão é que o corpo chegue à cidade às 7h40. O Teatro São João, onde haverá o velório no interior do Ceará, está decorado com imagens do cantor na fachada e fãs já esperam na praça em frente para a despedida. Parentes do artista desembarcaram por volta das 6h na cidade.
Em Sobral, o corpo será velado até 10h no teatro. Em seguida, será levado para Fortaleza, velado no Centro Cultural Dragão do Mar, Bairro Praia de Iracema, e sepultado no Cemitério Parque da Paz, nesta terça-feira (2), às 9h, onde também estão sepultados seus pais.
Belchior foi encontrado morto em casa ontem, em Santa Cruz do Sul (RS), aos 70 anos. Ele vivia na cidade de 126 mil habitantes do Vale do Rio Pardo, a cerca de 150 km de Porto Alegre, com a esposa, Edna, que o encontrou morto. Ela disse à polícia que Belchior não tinha problemas nem tomava medicamentos.
Ele se sentiu mal na noite de sábado, se queixou de muito frio à esposa e disse que ia descansar no sofá da sala, que ele usava para fazer suas composições, segundo vizinhos. Belchior continuava compondo, embora não tivesse planos de fazer shows ou gravar discos, e traduzia suas canções e obra de Dante Alighieri.
Segundo amigos, o artista vivia há quatro anos em Santa Cruz do Sul - dos quais cerca de dois anos na casa onde morreu, cedida por um amigo. O Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza decretaram luto oficial de três dias pela morte de Belchior.
Análise preliminar indica que o cantor cearense morreu em razão do rompimento da artéria aorta, segundo a delegada Raquel Schneider. Schneider falou com o médico do IML da cidade de Cachoeira do Sul, responsável pela necropsia em Belchior. De lá, seu corpo foi levado para Venâncio Aires para ser embalsamado.
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes - "um dos maiores nomes da música popular", como brincava ao se apresentar - nasceu em 26 de outubro de 1946 e foi um dos ícones mais enigmáticos da música popular no Brasil, com quase 40 anos de carreira.
Teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado de Fagner, com a faixa "Mucuripe". Com o disco "Alucinação" (1976), lançou clássicos como as faixas "Apenas um rapaz latino-americano", "Velha roupa colorida" e "Como nossos pais", essa última que se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina.
Fonte: G1
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