Um dia depois do ataque cibernético que afetou redes de computadores em quase cem países no mundo, os especialistas fazem um alerta: existe o risco de novos ataques.
Em alguma casa na Inglaterra, um jovem de 22 anos mora com os pais. A gente não sabe que rosto ele tem, mas virou um herói de guerra. Ele foi responsável pelo fim de um ataque virtual sem precedentes.
Imagina se o vírus de uma doença é detectado na Inglaterra ao meio-dia. E começa a aparecer quase simultaneamente em todo o planeta, afetando mais de 125 mil pessoas?
Foi isso que aconteceu na sexta-feira (12), mas os alvos eram computadores. Usuários em pelo menos 99 países tiveram o computador sequestrado.
O golpe funciona assim: você recebe um e-mail, aparentemente confiável. Mas se clicasse no anexo, imediatamente o seu computador é infectado e todos os que estão ligados em rede com ele. Na hora, todos os seus dados, seus arquivos, eram criptografados. Ou seja: você perde acesso a eles. Na tela, aparece uma mensagem: para ter seus documentos de volta, só pagando resgate. No mínimo, US$ 300 – quase R$ 1 mil.
Não se sabe quanta gente pagou, mas se estima que os hackers tenham embolsado mais de um bilhão de dólares.
O primeiro a dar o sinal do ataque foi o sistema de saúde britânico. Mas o ataque atingiu desde o governo russo até um serviço de entregas de encomendas americano e universidades na China e na Indonésia. O sistema de trens na Alemanha, empresas de telecomunicações na Espanha e em Portugal. A montadora francesa Renault chegou a parar a produção em algumas unidades.
A polícia europeia diz que é preciso uma investigação internacional complexa para descobrir quem tá por trás do ataque.
O que já se sabe é quem desenvolveu a tecnologia dele. Foi o governo americano - através da agência de segurança nacional: a NSA.
A gente está acostumado com a corrida armamentista em que os governos desenvolvem mísseis e bombas pra atacar e se defender.
A NSA produz as armas da guerra virtual. Vírus que atacam sistemas cibernéticos para espionar, por exemplo, terroristas e governos.
O problema é que várias dessas armas virtuais da NSA foram roubadas por hackers no ano passado. E uma delas foi usada pra fazer o vírus que atacou o mundo na sexta-feira (12). O vírus explora uma falha grave no sistema Windows, que é o mais usado no mundo. A Microsoft já tinha corrigido o problema, em março.
Quem atualizou o sistema desde então estava protegido. Mas muitas empresas e órgãos públicos não atualizam o sistema operacional com frequência por que isso custa caro
Por enquanto a situação está controlada. O que aquele jovem inglês descobriu foi um gatilho que fez o ataque parar por um tempo. Mas ele mesmo diz que os hackers podem desfazer o que ele fez e voltar a agir a qualquer momento.
Então o que a gente tem que fazer agora para se proteger? Os especialistas dizem que a primeira coisa é atualizar o Windows e o sistema de antivírus. E também dizem que não tem mais como vivermos sem um HD externo. Uma memória, sem conexão à internet, para guardar, pelo menos, os arquivos mais importantes. Ele funciona como um cofre, e é o que vai nos proteger pelo menos um pouco nessa nova realidade que mais parece um filme de ficção científica.
Fonte: Jornal Nacional
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