A Venezuela alertou na noite desta terça-feira (25) que pode sair da Organização dos Estados Americanos (OEA) se o grupo decidir seguir em frente com uma possível reunião de chanceleres para debater a situação do país em crise.
A organização sediada em Washington disse na terça-feira que seu conselho permanente vai realizar uma reunião nesta quarta "para a 'consideração da resolução convocando uma reunião de consulta à ministros de Relações Exteriores' sobre a situação na Venezuela". A organização informou que a reunião foi convocada por mais de doze países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos.
A Venezuela, comandada por um governo de esquerda, e a OEA têm se confrontado por meses e a liderança da organização afirmou que o país deve ser suspenso do grupo caso não realize eleições gerais "o mais rápido possível", em meio a uma penosa crise econômica.
"Caso uma reunião de ministros de Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos aconteça sem a aprovação e consentimento do governo venezuelano, eu recebi instruções do presidente Nicolás Maduro para começar o processo de remoção da Venezuela dessa organização", disse a ministra de Relações Exteriores venezuelano, Delcy Rodríguez, à TV estatal na terça-feira à noite.
O governo de Maduro considera a OEA como um braço da política hostil dos Estados Unidos e tem frequentemente desprezado o líder do grupo, Luis Almagro, um ex-ministro de Relações Exteriores do Uruguai, como um vira-casaca trabalhando para seus adversários em Washington.
Para que a Venezuela seja suspensa da OEA, é necessário o voto de dois terços das 34 nações que fazem parte da Assembleia-Geral da organização. Caracas pode contar com o apoio de vários países pobres da América Central e do Caribe que recebem petróleo da Venezuela em termos favoráveis.
Aliados de esquerda como a Bolívia e o Equador também apoiariam Maduro, um ex-motorista de ônibus que chegou até o cargo de ministro de Relações Exteriores guiado por seu mentor Hugo Chávez.
Entretanto, a política na América do Sul está tendendo para a centro-direita, com o Brasil, Argentina e Peru perdendo governos de esquerda recentemente.
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) convocou uma reunião extraordinária para 2 de maio, a pedido da Venezuela, para analisar a situação no país.
Mais protestos
Milhares de pessoas voltaram às ruas nesta quarta-feira em Caracas, em mais um protesto contra o presidente Nicolás Maduro. As ruas da cidade estavam tomadas por forças de segurança.
Nos arredores da capital, no município de Chacao, um dos manifestantes alertou a polícia sobre a presença de um explosivo. A polícia foi até lá para desativar o artefato, que se trataria de “uma granada fragmentária com alcance de mais de 50 metros”.
Outros milhares de venezuelanos que apoiam o governo também saíram às ruas, para expressar rejeição aos atos de "terrorismo impulsionados pela oposição venezuelana", segundo eles.
A mobilização denominada "Marcha da juventude pela paz e contra o terrorismo", convocada pelo governante Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), tem previsão de ir até o palácio presidencial e de ser recebida por Maduro.
Fonte: G1
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