Sete dos 15 presos suspeitos de participar do mega-assalto a uma transportadora de valores em Ciudad del Este, no Paraguai, na madrugada de segunda-feira (24), foram liberados. Oito permanecem presos. A informação foi confirmada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (27).
Cinco que estavam presos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e tiveram a liberdade concedida pela Justiça Estadual deixaram a delegacia da PF na noite de quarta-feira (26). Um é de São Paulo, um de Rondônia, um de Cascavel e dois de Foz do Iguaçu.
No dia em que foram presos, estavam com um carro roubado. Eles foram autuados por receptação e soltos por não haver provas suficentes da participação no assalto no Paraguai.
Outros dois, presos em Guaíra quando tentavam seguir para o Mato Grosso do Sul em um carro blindado, foram libertados pela Justiça Federal e deixaram a prisão na madrugada desta quinta também por falta de provas que os liguem ao assalto, segundo o delegado federal em Guaíra, Valcley Vendramin.
A PF não deu mais detalhes sobre as decisões judiciais que determinaram a saída dos suspeitos. Segundo as investigações, acredita-se que 50 pessoas participaram do crime em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil.
A Polícia Nacional do Paraguai informou inicialmente que os ladrões levaram uma quantia estimada de US$ 40 milhões - o equivalente a R$ 120 milhões. Mais tarde, disse não ser possível precisar o valor roubado. Durante buscas feitas no oeste do Paraná, a polícia brasileira conseguiu recuperar cerca de R$ 4,5 milhões, em notas de real, dólar e guarani.
O Ministério Público do Paraguai determinou que até esta quinta a Prosegur informe o quanto foi roubado.
Veja a lista completa de itens apreendidos até o momento:
15 presos (segundo a PF, sete foram soltos)
3 mortos
7 fuzis
1 pistola
2 coletes balísticos
R$ 219.450,00
G$ 733.640.000,00
US$ 1.275.030,00
2 embarcações
7 quilos de explosivos
Líder
Autoridades do estado de São Paulo informaram que o crime foi planejado por Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue. Ele está foragido desde o início de 2016 depois de receber liberdade provisória em um dos processos a que responde na Justiça. Depois disso ele foi novamente condenado. Segundo a polícia, Gegê fugiu para o Paraguai para reunir a quadrilha e comandar a ação.
Organização criminosa
O ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lezcano, acredita que as primeiras evidências e a metodologia do mega-assalto à empresa Prosegur, em Ciudad del Este, podem ser atribuídas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A declaração foi dada ao jornal ABC Color, na segunda.
“Tudo aponta que são integrantes do PCC", disse ele em entrevista. De acordo com o veículo, é a primeira autoridade que atribui o feito à facção criminosa do Brasil.
Lezcano assegurou também que os brasileiros tiveram apoio dos paraguaios, com um arsenal que superou a capacidade de resposta da Polícia Nacional. Ele ainda afirmou ao jornal que é a primeira vez que ocorre uma situação do tipo na região e citou pelo menos dois casos parecidos no Brasil em que a polícia também foi encurralada.
O assalto
Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, os ladrões fortemente armados invadiram a sede da transportadora de valores Prosegur. Eles explodiram a entrada da empresa e trocaram tiros com vigilantes. A ação durou aproximadamente três horas e eles fugiram com dinheiro.
Um policial paraguaio que estava em um carro em frente à empresa foi morto pelos bandidos.
A sede da empresa fica a 4 quilômetros da Ponte Internacional da Amizade, no oeste do Paraná.
Os funcionários da Prosegur voltaram ao trabalho na quarta. O local estava interditado por causa dos estragos causados pelas explosões durante o roubo. As aulas, que estavam suspensas desde segunda, também foram retomadas.
Fonte: G1
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