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quinta-feira, abril 27, 2017

Polícia Nacional do Paraguai vai investigar se houve participação de policiais em mega-assalto


A Polícia Nacional do Paraguai vai investigar se houver a participação de policiais no mega-assalto a uma transportadores de valores em Ciudad del Este, no Paraguai, na madrugada de segunda-feira (24). A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (27) durante reunião do Comando Tripartite de Segurança.
O grupo criado em 1996 e que se reúne mensalmente conta com representantes de forças policiais de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, Puerto Iguazú, na Argentina, e Ciudad del Este. O objetivo é estreitar estratégias de combate a crimes transnacionais na região, como o tráfico de drogas e de armas.
No encontro, a Polícia Nacional informou que deve apurar também se houve negligência no trabalho de buscas aos envolvidos no assalto. Na terça-feira (27), alguns membros do comando da polícia paraguaia haviam sido substituídos.
A polícia disse ainda que tinha informações de que brasileiros estavam em território paraguaio possivelmente planejando alguma ação.
“Sabíamos por meio destes informes que mantemos pelo convênio de troca de informações com o Brasil que vários criminosos brasileiros fugitivos de prisões de diferentes estados estavam no Paraguai planejando golpes a instituições bancárias e a empresas que se dedicam ao transporte de valores”, comentou o chefe de comunicação da Polícia Nacional no estado de Alto Paraná, Augusto Lima.
Suspeitos soltos
Sete dos 15 presos suspeitos de participar do assalto já foram soltos. Oito permanecem presos. A informação foi confirmada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (27).
Cinco que estavam presos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e tiveram a liberdade concedida pela Justiça Estadual deixaram a delegacia da PF na noite de quarta-feira (26). Um é de São Paulo, um de Rondônia, um de Cascavel e dois de Foz do Iguaçu.
No dia em que foram presos, estavam com um carro roubado. Eles foram autuados por receptação e soltos por não haver provas suficentes da participação no assalto no Paraguai.

Outros dois, presos em Guaíra quando tentavam seguir para o Mato Grosso do Sul em um carro blindado, foram libertados pela Justiça Federal e deixaram a prisão na madrugada desta quinta também por falta de provas que os liguem ao assalto, segundo o delegado federal em Guaíra, Valcley Vendramin.
A PF não deu mais detalhes sobre as decisões judiciais que determinaram a saída dos suspeitos. Segundo as investigações, acredita-se que 50 pessoas participaram do crime em Ciudad del Este, na fronteira com o Brasil.
A Polícia Nacional havia informado inicialmente que os ladrões levaram uma quantia estimada de US$ 40 milhões - o equivalente a R$ 120 milhões. Mais tarde, disse não ser possível precisar o valor roubado. Durante buscas feitas no oeste do Paraná, a polícia brasileira conseguiu recuperar cerca de R$ 4,5 milhões, em notas de real, dólar e guarani.
O Ministério Público do Paraguai determinou que até esta quinta a Prosegur informe o quanto foi roubado.
Veja a lista completa de itens apreendidos até o momento:
15 presos (segundo a PF, sete foram soltos)
3 mortos
7 fuzis
1 pistola
2 coletes balísticos
R$ 219.450,00
G$ 733.640.000,00
US$ 1.275.030,00
2 embarcações
7 quilos de explosivos
Organização criminosa
O ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lezcano, acredita que conforme as primeiras evidências e a metodologia do mega-assalto à empresa Prosegur podem ser atribuídas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A declaração foi dada ao jornal ABC Color, na segunda.
“Tudo aponta que são integrantes do PCC", disse ele em entrevista. De acordo com o veículo, é a primeira autoridade que atribui o feito à facção criminosa do Brasil.
Lezcano assegurou também que os brasileiros tiveram apoio dos paraguaios, com um arsenal que superou a capacidade de resposta da Polícia Nacional. Ele ainda afirmou ao jornal que é a primeira vez que ocorre uma situação do tipo na região e citou pelo menos dois casos parecidos no Brasil em que a polícia também foi encurralada.
O assalto
Segundo a polícia vizinha, os ladrões fortemente armados invadiram a sede da transportadora de valores Prosegur. Eles explodiram a entrada da empresa e trocaram tiros com vigilantes. A ação durou aproximadamente três horas e eles fugiram com dinheiro.
Um policial paraguaio que estava em um carro em frente à empresa foi morto pelos bandidos.
A sede da empresa fica a 4 quilômetros da Ponte Internacional da Amizade, no oeste do Paraná.
Os funcionários da Prosegur voltaram ao trabalho na quarta. O local estava interditado por causa dos estragos causados pelas explosões durante o roubo. As aulas, que estavam suspensas desde segunda, também foram retomadas.

Fonte: G1

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