As forças de segurança da Venezuela dissolveram nesta segunda-feira, pela quinta vez nos últimos 10 dias, uma passeata de opositores do governo de Nicolás Maduro que tinha centenas de participantes e pretendia seguir rumo ao centro da cidade para protestar contra o Tribunal Supremo de Justiça do país (TSJ).
Dezenas de membros da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) fecharam novamente os acessos ao município de Libertador - um dos cinco que formam Caracas e que é sede dos poderes públicos na Venezuela - governado pelo chavista Jorge Rodríguez, que afirmou que as mobilizações visam gerar violência nesta parte da capital.
"Manifestantes são reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo pelas forças de segurança", afirmou no Twitter a aliança partidária opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).
1 morto e dezenas de feridos
As manifestações começaram no dia 1º de abril em protesto contra duas sentenças do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que assumiu temporariamente os poderes do Legislativo e retirou a imunidade dos deputados, com a alegação de que a Câmara atuava em desacato a suas decisões.
As decisões foram anuladas parcialmente, em meio a uma forte pressão internacional, com denúncias de ruptura democrática no país, situação que estimulou os protestos.
Até o momento as manifestações deixaram um morto e dezenas de feridos e detidos, assim como danos em uma sede do TSJ - atacado no sábado - e em partes da zona leste da capital.
O governo afirma que a vítima fatal - um jovem de 19 anos - foi atingido por um tiro disparado por um guarda de trânsito nas proximidades de Caracas, em meio a um protesto no qual supostamente não participava.
Maduro, que conta com o apoio dos militares e do núcleo radical do chavismo, denuncia a nova onda de protestos como uma tentativa de derrubá-lo, acusando os Estados Unidos e a Organização de Estados Americanos (OEA) de estar por trás do "golpe".
Governos aliados
No sábado, o ex-candidato de oposição à presidência Henrique Capriles, que acaba de ser inabilitado para exercer cargos públicos durante 15 anos, também denunciou um incêndio provocado na sede de seu partido, em meio aos distúrbios.
Maduro, por sua vez, viajou para buscar o apoio de governos aliados durante um encontro de chanceleres da Alba que acontece nesta segunda, em Havana.
O presidente venezuelano, que chegou à ilha comunista no domingo, participará da cúpula de chanceleres da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América convocada em função da crise de seu país.
Na reunião dos chanceleres ou representantes da Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela, além de outros pequenos países do Caribe, será emitida uma declaração de apoio a Maduro.
Fonte: G1
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