O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (13) durante entrevista a uma rádio da Bahia que é “inverosímil” e “irreal” a acusação feita contra ele pelo empresário Marcelo Odebrecht. Lula disse que não vai “rir, nem chorar” diante das denúncias, mas que vai ler cada peça do processo junto com seus advogados e exigir provas.
Marcelo Odebrecht disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro, divulgado nesta quarta-feira (12), que destinou milhões para o "amigo", codinome referente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Primeiro, ele cita o depósito de R$ 35 milhões e depois fala em R$ 40 milhões. A conta, diz Odebrecht, era gerida pelo ex-ministro petista Antonio Palocci.
"É tão inverosímil as acusações, é tão irreal as acusações, que eu não vou rir, nem vou chorar. Eu vou analisar corretamente, vou conversar com os advogados, pegar o processo, ler cada peça do processo para que a gente possa chegar no dia certo e dizer claramente o seguinte: a delação tem que ser provada”, disse Lula.
"Ontem, houve mais um absurdo: a delação do Marcelo Odebrecht. Eu até compreendo que o Marcelo está preso há dois anos, até compreendo que ele tem família fora, que ele deve estar comendo o pão que o diabo amassou, que talvez ele esteja tentando criar condições para sair da cadeia", declarou em outro trecho da entrevista.
O depoimento de foi prestado na segunda-feira (10), em ação penal da Lava Jato que envolve Antonio Palocci, o ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e outros 13 réus. Nesta quarta (12), o juiz Sérgio Moro retirou o sigilo dos interrogatórios dessa ação.
Na entrevista à rádio nesta quinta, Lula disse estar “muito tranquilo”. “Eu continuo desafiando qualquer empresário brasileiro, qualquer empresário, a dizer que um dia o Lula pediu R$ 10 pra ele ou alguém. Se alguém pediu em meu nome, a pessoa que pediu tem que ser presa, porque eu nunca autorizei ninguém a pedir dinheiro em meu nome”, afirmou.
“Eu não posso ficar nervoso, eu não posso perder a cabeça com cada coisa dessa”, disse. “Hoje eu vou conversar com os advogados, vou começar a ler a peça e vou me preparar para o meu depoimento. E a vida continua, vou continuar fazendo política. O dia que alguém provar um erro meu, ou R$ 10 ilícitos na minha vida, eu paro com a política", completou.
Fonte: G1
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