O protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência resultou em confronto entre manifestantes e a PM na frente da casa do presidente da República, Michel Temer (PMDB), no Alto de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, na noite desta sexta-feira (28). A polícia utilizou bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogênio para dispersar o ato, e os manifestantes atiraram pedras e rojões na direção da PM.
O conflito começou porque a polícia pediu que manifestantes se afastassem do gradil da casa de Temer, que está em Brasília, mas não foram atendidos, segundo a GloboNews.
O ato se reuniu no Largo da Batata, em Pinheiros, também na Zona Oeste, onde se encontraram também grupos que haviam se formado mais cedo na Avenida Paulista, na Praça da Sé e no Viaduto do Chá.
De lá, partiram em direção à casa do presidente. No caminho, mascarados depredaram agências bancárias. Segundo Guilherme Boulos, coordenador do MTST, 70 mil pessoas participam do ato. A CUT estimou 50 mil manifestantes.
'Preguiçosos' e 'vagabundos'
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a chamar de "vagabundos" e "preguiçosos" as pessoas que aderiram à paralisação. Ele acrescentrou que a cidade de São Paulo sofreu uma "afetação" por causa da ação de diversas categorias contra as reformas trabalhista e da Previdência.
"São preguiçosos, sim, e são vagabundos, porque atrapalham a vida da cidade, prejudicam os que querem trabalhar e precisam para sobreviver e estes poucos estão intervindo na cidade, queimando pneus, jogando pedra, agredindo pessoas em aeroportos. Isso é direito? Isso é correto?", disse. "Estas pessoas, para mim, não merecem respeito. Façam os movimentos não prejudicando a vida da cidade", disse. "Têm o meu repúdio, não têm nosso apoio."
Encontro e depredação
Os manifestantes chegaram até a região da Praça Conde de Barcellos, onde fica a casa do presidente, pouco antes das 20h. Muitos policiais estavam perto dos gradis e um pouco atrás, fazendo a segurança da região.
Um grupo vindo da Avenida Paulista foi até a Praça do Ciclista e desceu em direção ao Largo da Batata, pela Avenida Rebouças. Quando o grupo entrou na Avenida Brigadeiro Faria Lima, parte dele depredou uma agência bancária do Itaú. Em seguida, colocou fogo em lixeiras. Os bombeiros apagaram o incêndio e policiais militares acompanharam de perto.
Um grupo de motoboys desfilou pelas avenidas da região central da capital paulista para reforçar o protesto em dia de paralisação pela cidade. Eles passaram pela Avenida 23 de Maio, Avenida Paulista e chegaram à sede da Prefeitura no Viaduto do Chá. Depois, foram até a Marginal Pinheiros, bloqueando a pista sentido Interlagos.
Atos mais cedo
Na Paulista, dois grupos se concentram em pontos distintos da avenida provocando o bloqueio dos dois sentidos da pista. Um grupo ligado aos professores da rede municipal se concentrou na região da Rua Augusta. Outro grupo, da central sindical Conlutas, se reuniu em frente ao Masp. Eles seguiram até o prédio da Presidência em São Paulo, na esquina com a Rua Augusta.
Os manifestantes fizeram discursos, criticaram as reformas do governo Temer e voltaram até o Masp, onde encerraram o ato.
Na Praça da Sé, outro grupo se reuniu no início da tarde na escadaria da Catedral de São Paulo e por volta das 16h saiu em caminhada pelas ruas do Centro. Muitos manifestantes usavam máscaras para cobrir o rosto.
Na região central a PM usou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar manifestantes na altura do Theatro Municipal.
Eles caminharam pelas ruas do Centro e picharam pontos de ônibus com frases contra o governo e com símbolos de anarquia. Seguiram até a Prefeitura, depois subiram a Rua da Consolação pichando os muros que encontravam pela frente. Depois, seguiram caminhada pela Avenida Rebouças em direção ao Largo da Batata.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, por volta de 15h, 21 pessoas haviam sido detidas por cometerem atos ilícitos em manifestações.
Pela manhã
Motoristas de ônibus, metroviários e ferroviários paralisaram as atividades na manhã desta sexta na Grande São Paulo, dia de paralisação contra as reformas previdenciária e trabalhista. Vias da capital paulista e rodovias foram bloqueadas. Parte dos serviços começou a ser retomado depois das 9h.
Nenhuma linha da CPTM funcionava no início manhã desta sexta. Apenas a Linha 4-Amarela do Metrô, administrada por uma concessionária, operou normalmente desde o começo do dia.
Os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Congonhas, funcionaram normalmente. Houve protesto no saguão de Congonhas e, por volta das 5h, manifestantes bloquearam a Rodovia Hélio Schmitd, principal acesso ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
A paralisação dos bancários afetou o funcionamento de 515 agências bancárias e 15 centros administrativos na região metropolitana, segundo estimativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. As agências fecharam as portas parcialmente ou totalmente, disse o sindicato.
Escolas estaduais, municipais e privadas da capital paulista deixaram de abrir as portas. Segundo as secretarias de Educação do estado e do município, várias unidades, no entanto, funcionaram normalmente.
A secretaria Estadual de Educação disse que "99% das escolas estão funcionando". Das mais de 5 mil, só 49 não abriram em todo o estado nesta sexta, segundo a pasta. Segundo a Prefeitura de São Paulo, não funcionaram nesta manhã 50% das 1.502 escolas da rede direta de ensino municipal, entre creches e escolas de ensino fundamental.
Fonte: G1
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