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quarta-feira, abril 26, 2017

Mais de mil pessoas são detidas na Turquia suspeitas de serem partidárias de rival do presidente

Policiais prendem pessoas suspetias de terem ligação com pregador Fethullah Gulen nesta quarta-feira (26) em Kayseri, na Turquia (Foto: Olay Duzgun/DHA-Depo Photos via AP)

Mais de mil pessoas suspeitas de pertencerem ao movimento do pregador Fethullah Gülen, rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan, foram detidas nesta quarta-feira (26) pela polícia da Turquia, informou o ministro do Interior, Süleyman Soylu.
"Esta manhã teve início uma operação em 81 províncias, que prossegue. Até o momento, 1.009 (pessoas) foram detidas em 72 províncias", declarou Soylu, citado pela agência de notícia Anadolu, ligada ao governo. A NTV afirma que foram emitidas ordens de prisão a 3.224 pessoas.
O governo turco acusa Gülen, que está exilado nos Estados Unidos desde 1999, de ser o idealizador da tentativa de golpe de Estado de julho do ano passado. O clérigo nega envolvimento, e simpatizantes de seu movimento rejeitam que a tentativa de golpe tenha tido as mãos do clérigo.
De acordo com o jornal "Hurriyet", mais de 8 mil agentes estão participando da operação que acontece em todo o país.
A Promotoria de Ancara, responsável do dispositivo, considera que os acusados "são chefes secretos civis de FETO dentro da Direção de Segurança", usando o acrônimo criado pelas autoridades para se referir aos simpatizantes de Gulen.
Tentativa de golpe
No dia 15 de julho, militares turcos fecharam lugares estratégicos do país, como pontes de Istambul e os principais aeroportos, e anunciaram que assumiram o poder “em prol da ordem democrática”. Também houve ataques contra o Parlamento.
O presidente Erdogan, que estava no balneário de Marmaris, voou para Istambul, aterrissando no Aeroporto Ataturk, que foi deixado pelos militares, e convocou o povo a ir às ruas.
Depois de algumas horas de conflitos e violência nas ruas das principais cidades, a população conseguiu impedir o avanço dos militares, que foram presos.
Demissões e prisões
No dia seguinte à tentativa de golpe, o governo turco começou a demitir e suspender milhares de profissionais na função pública, no exército, na magistratura, no ensino e na economia, sob alegação de serem simpatizantes de Gülen.
Desde então, mais de 46 mil pessoas foram detidas e mais de 100 mil demitidas ou suspensas de seus cargos. As medidas provocaram uma onda de indignação entre a oposição, ONGs e países europeus, que denunciam uma repressão contra os círculos pró-curdos e a imprensa.
As autoridades acusam Gulen de ter criado um "Estado paralelo" colocando seus seguidores em postos da Administração, judiciário, forças armadas e polícia. Até o ano de 2013, Gulen foi um colaborador do Governo islamita turco, que permitiu a entrada de seus colaboradores na Administração.

Fonte: G1

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