Mais de mil pessoas suspeitas de pertencerem ao movimento do pregador Fethullah Gülen, rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan, foram detidas nesta quarta-feira (26) pela polícia da Turquia, informou o ministro do Interior, Süleyman Soylu.
"Esta manhã teve início uma operação em 81 províncias, que prossegue. Até o momento, 1.009 (pessoas) foram detidas em 72 províncias", declarou Soylu, citado pela agência de notícia Anadolu, ligada ao governo. A NTV afirma que foram emitidas ordens de prisão a 3.224 pessoas.
O governo turco acusa Gülen, que está exilado nos Estados Unidos desde 1999, de ser o idealizador da tentativa de golpe de Estado de julho do ano passado. O clérigo nega envolvimento, e simpatizantes de seu movimento rejeitam que a tentativa de golpe tenha tido as mãos do clérigo.
De acordo com o jornal "Hurriyet", mais de 8 mil agentes estão participando da operação que acontece em todo o país.
A Promotoria de Ancara, responsável do dispositivo, considera que os acusados "são chefes secretos civis de FETO dentro da Direção de Segurança", usando o acrônimo criado pelas autoridades para se referir aos simpatizantes de Gulen.
Tentativa de golpe
No dia 15 de julho, militares turcos fecharam lugares estratégicos do país, como pontes de Istambul e os principais aeroportos, e anunciaram que assumiram o poder “em prol da ordem democrática”. Também houve ataques contra o Parlamento.
O presidente Erdogan, que estava no balneário de Marmaris, voou para Istambul, aterrissando no Aeroporto Ataturk, que foi deixado pelos militares, e convocou o povo a ir às ruas.
Depois de algumas horas de conflitos e violência nas ruas das principais cidades, a população conseguiu impedir o avanço dos militares, que foram presos.
Demissões e prisões
No dia seguinte à tentativa de golpe, o governo turco começou a demitir e suspender milhares de profissionais na função pública, no exército, na magistratura, no ensino e na economia, sob alegação de serem simpatizantes de Gülen.
Desde então, mais de 46 mil pessoas foram detidas e mais de 100 mil demitidas ou suspensas de seus cargos. As medidas provocaram uma onda de indignação entre a oposição, ONGs e países europeus, que denunciam uma repressão contra os círculos pró-curdos e a imprensa.
As autoridades acusam Gulen de ter criado um "Estado paralelo" colocando seus seguidores em postos da Administração, judiciário, forças armadas e polícia. Até o ano de 2013, Gulen foi um colaborador do Governo islamita turco, que permitiu a entrada de seus colaboradores na Administração.
Fonte: G1
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