A família da pequena Isadora Nazário, de 11 anos, luta contra o tempo para arrecadar dinheiro e trazer o corpo da menina de Paris para o Amapá após a morte dela em 31 de março. A criança, que foi levada ilegalmente para a França em busca de tratamento médico, morreu após complicações do lúpus, uma doença autoimune que atinge a pele, órgãos e o sistema nervoso.
O corpo está atualmente em um hospital da capital francesa, e para não ser enterrado como indigente, a família em Macapá precisa desembolsar cerca de R$ 16 mil o mais rápido possível. O valor é referente ao traslado do corpo até a cidade de Belém, no Pará, e os parentes lamentam que não tem o dinheiro.
O pai da menina contou à Rede Amazônica no Amapá que vive um drama nos últimos anos desde que a filha passou a sofrer com dores e inchaços nas pernas e pés, um dos sintomas do lúpus.
Após meses de consultas e falta de diagnóstico na rede pública de saúde do Amapá, ele resolveu mandar Isadora para a Guiana Francesa através de um tio, que vive na capital Caiena. A falta de condições financeiras da família, impediu que ele fosse na viagem.
Ao chegar no país, que faz divisa terrestre com a cidade amapaense de Oiapoque, a menina não recebeu o atendimento por estar irregular no território francês. Desesperado, o tio de Isadora mentiu e contou que era pai dela, o que teria facilitado a oferta de serviço médico e posterior confirmação da doença.
Em função da gravidade do estado, Isadora foi transferida pelo governo para Paris, onde teve várias complicações e acabou morrendo. Para justificar o retorno do corpo para o Brasil, o tio revelou ao governo francês que havia mentido sobre ser pai dela, chegando a ser preso por falsidade ideológica. Ele foi liberado dias depois.
"E chegando lá [Paris] ela teve duas paradas cardíacas e conseguiu resistir. Na sequência, ela parecia que estava melhor, mas teve um AVC [Acidente Vascular Cerebral] por causa da pressão que estava subindo muito e pelo organismo fraco", lembrou Robson dos Passos Nazário, pai de Isadora.
O consulado brasileiro em Paris teria informado à família que conseguiu um prazo ainda indefinido do governo francês para garantir que o corpo retorne ao Brasil. Nos últimos dias, os parentes de Isadora no Amapá buscam dinheiro através de doações e pedidos em esquinas e coletivos.
"Agora a gente está na rua, nos sinais, pedindo a ajuda do povo, dos amigos pela causa. A gente está precisando mesmo", pede Rômulo dos Passos, tio da menina.
Fonte: G1
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