Nove pessoas, entre elas três soldados e um policial, morreram nesta terça-feira (11) em combates com membros da organização extremista Abu Sayyaf na ilha turística de Bohol, sul das Filipinas.
As forças de segurança mataram cinco homens armados e apreenderam fuzis de assalto e explosivos no local dos confrontos, um povoado de uma zona remota de Bohol.
Os supostos membros da Abu Sayyaf chegaram a Bohol na segunda, depois de atravessar um rio em lanchas, segundo vários habitantes.
Os choques começaram quando as forças de segurança entraram na localidade nesta terça-feira.
Bohol é um importante destino turístico das Filipinas, onde os turistas podem nadar com tubarões-baleia, ver primatas társios ou relaxar em praias de areia branca.
Em Manila, o porta-voz do exército, general Restituto Padilla, indicou ter recebido nas últimas semanas informações sobre "possíveis atividades de foragidos" na região.
"Nossas forças, que atuaram baseando-se nessas informações, enfrentaram esses foragidos que, segundo acreditamos, pertencem ao Abu Sayyaf", declarou ao canal ABS-CBN.
Trata-se da primeira operação em Bohol dessa organização extremista, que se especializou em sequestros.
"As forças de segurança indicam que o Abu Sayyaf está bem equipado e dispõe de armas de grosso calibre, mas que também está encurralado em uma zona isolada de Bohol", declarou em um comunicado o general Eduardo Ano, chefe do Estado-Maior do exército filipino.
"As operações prosseguem e enviaremos mais reforços para ajudar. Esperamos que tudo tenha terminado nas últimas horas do dia", afirmou Padilla.
Sequestros
Abu Sayyaf é uma ramificação da insurreição separatista muçulmana que causou mais de cem mil mortos desde anos 1970 nas Filipinas, um país composto em sua grande maioria por católicos fervorosos.
Considerada uma organização terrorista por Washington, Abu Sayyaf foi criada no início dos anos 1990 com financiamento do grupo radical Al-Qaeda.
De seu reduto nas ilhas remotas do sul das Filipinas, onde a maioria dos habitantes é de muçulmanos, extorquiu milhões de dólares em resgates, e alguns analistas o consideram mais um grupo criminoso do que um movimento ideológico.
O fato de ter jurado lealdade à organização Estado Islâmico (EI) e prometido criar um califado ocasionou preocupações entre as autoridades, apesar de Abu Sayyaf contar apenas com algumas centenas de combatentes.
Nos últimos anos, o grupo sequestrou dezenas de pessoas em operações cada vez mais atrevidas, em sua maioria contra navios estrangeiros, e também contra complexos turísticos no sul do arquipélago filipino e na vizinha Malásia.
As embaixadas dos Estados Unidos e da Austrália advertiram recentemente a seus cidadãos sobre os riscos de sequestros por "grupos terroristas" no centro das Filipinas.
Fonte: G1
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