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terça-feira, março 28, 2017

Polícia e MP criam comissões para acompanhar caso de atirador no RN

Atirador do Ministério Público chega ao Comando da Polícia Militar (Foto: Carlos Lima/Inter TV Cabugi)

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio Grande do Norte criaram comissões especiais para acompanhar o inquérito instaurado para apurar o atentado ocorrido na última sexta-feira (24) dentro da sede do MP, em Natal, quando um servidor atirou contra promotores. O atirador está preso. É o servidor público Guilherme Wanderley Lopes da Silva, de 44 anos, que se apresentou à polícia no sábado (25). Exonerado do cargo comissionado, ele trabalhava no MP há 20 anos.
De acordo com o delegado-geral da PC, Claiton Pinho, os delegados Júlio Lima, da 4 DP, e Alisson Barbosa, da delegacia de Extremoz, na Grande Natal, foram designados para auxiliar as investigações. O inquérito é presidido pelo delegado Renê Lopes. Ainda segundo Claiton, a comissão foi criada com o objetivo de ajudar nas investigações, pois há muito material para ser analisado.
Quatro promotores também foram designados pelo MP para acompanhar o inquérito. Edevaldo Alves Barbosa, Silvio Roberto Souza Lima, Giovanni Rosado e Luiz Eduardo Marinho, todos da Comarca de Natal.
O delegado Renê Lopes afirmou que até a próxima terça-feira (4) Guilherme deve ser indiciado por tentativa de homicídio. “Será apenas por tentativa de homicídio, já que porte ilegal de arma já é abrangido na acusação”, explicou.
Guilherme Wanderley entrou em uma sala de reuniões, na manhã desta sexta-feira, onde estava o procurador-geral de Justiça e seus auxiliares. "Estava na minha sala juntamente com outros seis promotores que me auxiliam. Ele entrou, sem ser anunciado, junto com a minha secretária. Mesmo estranhando, não fiz objeção à presença dele. O Guilherme se aproximou, colocou dois papéis na minha mesa e disse: 'Isso é uma recompensa por tudo o que vocês fizeram'. Em seguida, ele puxou a arma e a tirou do coldre. Gritei para todos que ele estava armado e houve uma correria. Ele apontou o revólver em minha direção e atirou, mas errou", relatou o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Rinaldo Reis.
O relato sobre a arma consta em uma carta que o próprio Guilherme escreveu e deixou sobre a mesa do procurador-geral antes de abrir fogo. Faz parte de uma série de itens enumerados como justificativa para a intenção de matar. Nesta segunda (27), o Ministério Público divulgou partes da carta que não havia divulgado no fim de semana, quando revelou a existência do documento.
"Depois, não venham dizer que o povo de bem deve ser desarmado, quanta hipocrisia! Pensei até nisso ao escolher a arma proibida. A arma tinha que ser ilegal e por ironia do destino, até agradeço ao bandido que me vendeu e confiou em mim. Pelo menos fiz bom uso do artefato e o bandido, sem saber, também fez algo bom" (SIC), escreveu Guilherme.
Em outro trecho, ainda ao tratar da arma, os servidor acrescentou: “Rinaldo tinha que ser preso, afastado da politicagem. Mas, como isso não era possível, tinha que morrer. A morte por tiro, por incrível que pareça, é uma das mais humanas, piedosas, pois, dependendo, pode ser rápida, ou seja, com pouco momento de agonia. O que desejo atingir com isso é mostrar que aqui tem gente de bem e, como tal, disposta a mover montanhas para amenizar a vergonhosa sangria de nossa Pátria” (SIC).

Fonte: G1

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