quarta-feira, março 29, 2017

Polícia cumpre mandados da 2ª fase da Operação Pane Seca no Paraná

Policiais cumprem 14 mandados judiciais na manhã desta quarta-feira (29), no Paraná (Foto: Divulgação/Sesp)

Cerca de 50 policiais civis da Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) cumprem, desde as primeiras horas desta quarta-feira (29), 14 mandados judiciais no Paraná da 2ª fase da Operação Pane Seca.
As ordens judiciais são cumpridas em Curitiba e Região Metropolitana e em Guaratuba, no litoral do estado. Ao todo, são dois mandados de prisão temporária; oito de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva – quando a pessoa é levada à delegacia para prestar depoimento.
Os alvos são suspeitos de envolvimento direta ou indiretamente com a fraude em abastecimento de combustível descoberto na 1ª fase da Pane Seca, deflagrada no sábado (25). Seis pessoas foram presas no dia da operação e outras duas se apresentaram à polícia na noite de segunda-feira (27). Dois suspeitos continuavam foragidos até a última atualização desta reportagem.
O delegado Guilherme Rangel, da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), não divulgou os nomes dos dois foragidos.
"Hoje [quarta], a gente cumpriu mais mandados de busca, algumas prisões temporárias e conduções coercitivas também, com apoio do Cope [Centro de Operações Policiais Especiais]", disse o delegado.
Guilherme Rangel explicou que, agora, as pessoas presas e conduzidas coercitivamente serão ouvidas e que o material apreendido vai ser analisado. Ele acredita que a fraude aconteça há anos.
O delegado também falou sobre um frentista usado como laranja no esquema: "É claramente laranja. É um terceiro utilizado para ficar com os bens de uma pessoa. É totalmente incoerente uma pessoa com salário baixo ter um carro importado de alto valor", afirmou. Para Guilherme Rangel, o frentista sabia que era laranja.
No sábado, nove postos de combustíveis foram fechados:
Curitiba
- Posto Master Tingui
- Posto Varejista Itaipu
- Posto Karwel Petroleo e Participações Ltda
- Posto GRC Comércio de Combustíveis
- Posto JPS
- Auto Posto Midas Uberaba

São José dos Pinhais
- Posto Via Aeroporto
Colombo
- Posto Comércio de Combutíveis RUBI
- Posto Comércio de Combustíveis Colina
O G1 não havia conseguido contato com os postos de combustíveis envolvidos até a última atualização desta reportagem.
Segundo a polícia, a fraude consistia na instalação de dispositivos nas bombas; eles eram responsáveis por interromper o fluxo de combustível efetivamente expelido, sem que houvesse interrupção na medição da quantidade de litros a ser paga pelo consumidor.
Assim, a quantia de combustível de fato inserido nos tanques dos veículos de consumidores seria inferior (de 6% a 8%) ao registrado nas bombas, fazendo com que os clientes paguem valores a maior em cada abastecimento. Estes dispositivos, segundo a investigação, poderiam ser ativados remotamente – o que dificultaria a atuação dos órgãos fiscalizadores.
Morte de empresário
Dois dias antes da 1ª fase ser deflagrada, o presidente da Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis, Fabrízzio Machado da Silva, foi morto a tiros em frente de casa. A Polícia Civil suspeita que o crime possa ter sido encomendado.
Fabrízzio estava ajudando uma equipe do Fantástico a fazer uma reportagem sobre a fraude de combustíveis em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Três horas antes de ser assassinado, o empresário havia feito o último contato com os repórteres.
Nesta quarta-feira, o delegado Guilherme Rangel disse que o empresário ajudou na operação. "Ele estava colaborando com a indicação de alguns postos que faziam as fraudes", afirmou.
A polícia já começou a ouvir familiares e amigos de Fabrízzio.

Fonte: G1

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