No semiaberto, presa 'lucrou' R$ 20 mil em 4 meses com golpes no DF, diz polícia

Uma mulher de 49 anos que já cumpria pena em regime semiaberto no Distrito Federal foi presa novamente, neste domingo (5), suspeita de aplicar golpes

contra pelo menos três vítimas nos últimos quatro meses. Segundo a Polícia Civil, Cristiane de Jesus Santos usava as horas de liberdade durante o dia para praticar os crimes e lucrou, pelo menos, R$ 20 mil nesse período.

Com a prisão preventiva autorizada pela Justiça, a partir de agora, ela deve ser mantida em regime fechado. Segundo o delegado responsável pelo caso, Ataliba Neto, Cristiane cumpre uma condenação por estelionato e é citada em outros oito inquéritos anteriores.

"Já foi julgada e condenada, mas como a pena era baixa, de um ano e pouquinho, ela começou a cumprir no semiaberto. Agora, o juiz da [Vara de] Execução Penal deve avaliar se ela tem condições de ser mantida nesse semiaberto, e aguardar o desfecho dos outros processos", diz Neto.

Até este domingo, as três vítimas identificadas apontaram dois tipos diferentes de golpe. Em um deles, Cristiane se dizia servidora do Ministério das Relações Exteriores e prometia vagas de emprego, mediante entrega de cópias de documentos pessoais e pagamento em dinheiro.

No outro golpe, a acusada dizia ser servidora de um órgão ligado à Receita Federal, e prometia facilidade nas aquisição de bens que seriam leiloados. Um único empresário do DF teria dado mais de R$ 16 mil a ela, na esperança de receber esses objetos.

"Em um momento, ela disse que tinha um lote de motos de R$ 14 mil para eles dividirem, e ele depositou R$ 7 mil para ela. Logo em seguida, ela disse que tinha um lote de produtos de cama, mesa e banho, e ele depositou mais dinheiro, e assim por diante", explica Neto.

Dinheiro, identidades falsas e cartões de banco apreendidos com suspeita de aplicar golpes no DF (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Apreensão

Em busca feita neste domingo, a Polícia Civil encontrou dezenas de carteiras de identidade forjadas, com uma única foto e dados pessoais diferentes. Até o meio-dia, a corporação ainda investigava se as informações tinham sido inventadas, ou se pertenciam a outras vítimas que também foram lesadas por ela.

Segundo Ataliba Neto, a foto usada nos documentos falsos não é de Cristiane, e sim, de uma mulher bastante parecida. "Nós encontramos documentos antigos da Cristiane, e ela se parece muito mais com essa mulher desconhecida do que com as fotos antigas de si mesma", diz o delegado.

Até a publicação desta reportagem, a origem deste "disfarce" ainda era desconhecida. A Coordenação de Repressão a Fraudes (Corf) da Polícia Civil deve investigar se a foto pertence a alguma parente ou cúmplice de Cristiane, ou a alguma vítima.

Além das carteiras de identidade, os policiais também apreenderam cópias de documentos pessoais de terceiros, cartões bancários em diversos nomes e R$ 4,7 mil em dinheiro vivo. A mulher foi levada à carceragem da Polícia Civil. Como a prisão foi autorizada por um mandado judicial, ela não vai passar por audiência de custódia.

Fonte: G1