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sexta-feira, março 17, 2017

MP instaura inquérito sobre matança após morte de PM em Ceará-Mirim, RN

Segundo a assessoria do Itep, nove corpos foram recolhidos  (Foto: Mirella Lopes/Inter TV Cabugi )

O Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte instaurou um inquérito civil para acompanhar as investigações sobre a morte de 15 pessoas em fevereiro, na cidade de Ceará-Mirim, na Grande Natal. “O MP quer fazer o controle da atividade policial para ver se as investigações estão andando corretamente”, disse o promotor de Justiça responsável pelo inquérito, Roger de Melo.
As 14 pessoas vítimas da matança repentina que aconteceu em Ceará-Mirim, município da Grande Natal, morreram de forma semelhante: todas foram baleadas na cabeça. A constatação foi da Diretoria de Criminalística do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
“Vamos ficar em cima até o último inquérito ser resolvido”, afirmou Roger. Ainda segundo o promotor, as investigações estão avançadas e seguem em caráter sigiloso. Ele acrescenta que as responsabilidades serão apuradas com rigor.
Os 14 homicídios aconteceram entre a noite da segunda-feira (20) e madrugada desta quarta (22). E, coincidência ou não, ocorreram todos após o assassinato de um sargento da Polícia Militar. Jackson Sidney Botelho Matos, de 42 anos, trabalhava no 11º Batalhão. Ele foi baleado pelas costas em uma lanchonete da cidade.


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Onze pessoas foram mortas em Ceará-Mirim após morte de policial militar. (Foto: Mirella Lopes/Inter TV Cabugi)Crimes aconteceram após morte de policial militar (Foto: Mirella Lopes/Inter TV Cabugi)

"Alguns corpos têm marcas de tiros nas mãos e braços, numa reação típica de defesa. Mas todos eles, sem exceção, têm perfurações de tiros na cabeça. São todos crimes com característica de execução", disse a perita Lydice Guerra, diretora da Criminalística. 
Investigação
Ao G1, o delegado geral da Polícia Civil do estado, Claiton Pinho, disse que ainda é cedo para afirmar se os crimes têm relação com a morte do sargento. "Não podemos dizer que foi coincidência nem afirmar que foi uma retaliação à morte do policial militar. Isso,só com o avançar das investigações poderemos responder", reassaltou.

Jackson Botelho, policial militar morto a tiros na Grande Natal (Foto: Divulgação/PM)Sargento Jackson Botelho foi assassinado na noite
da segunda Grande Natal (Foto: Divulgação/PM)
O delegado Júlio Costa, adjunto da Diretoria de Polícia da Grande Natal foi designado para comandar as investigações.
Matança
Somando com a morte do PM, são 15 assassinatos registrados em Ceará-Mirim em apenas dois dias. Três destes homicídios aconteceram na madrugada da quarta-feira (22) e também de forma semelhante: homens encapuzados invadiram as residências das vítimas e as executaram com tiros na cabeça. Dois irmãos foram mortos dentro de uma casa. Já o terceiro alvo, que estava em outro imóvel, conseguiu correr para o meio da rua, mas foi alcançado e também acabou morto com um tiro na cabeça. Os irmãos foram identificados como Wendison Silva Ferreira, de 21 anos, e Wanderson Emanuel Ferreira, de 22. O que foi morto no meio da rua chama-se Paulo Henrique Josué Soares, de 19 anos.
Outras nove vítimas da matança também já foram identificadas. São elas:
Emanuel Klaiton Silva de Andrade, de 18 anos;
Kleberson Wendel Pereira da Silva, de 25;
Eudes Costa de Andrade, 40;
Adelmakson Nascimento Sena, 25;
Marcos Antônio de Oliveira, 34;
Luciano Duarte Júnior, 27;
José Soares da Silva, 17; 
Marcílio Maurício Damasceno do Nascimento, de 24 anos;
e Jacson Sidney Botelho Matos, cuja idade não foi divulgada. 

Questionada à cerca de uma eventual represália por causa da morte do sargento, a assessoria de comunicação da Polícia Militar disse que a corporação só vai se pronunciar após a conclusão dos inquéritos.


Corpos foram levados para o  Instituto de Técnico-Científico de Polícia (Itep) (Foto: Emmily Virgílio/Inter TV Cabugi )Corpos foram levados para o Instituto de Técnico-Científico de Polícia (Itep) (Foto: Emmily Virgílio/Inter TV Cabugi)

Violência
Das mais de 500 mortes já registradas neste ano no Rio Grande do Norte, 67,3 % delas tiveram relação com o tráfico de drogas. É o que afirma a Secretaria de Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed). Em menos de três meses, o Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO) já havia registrado 503 mortes no estado.

Fonte: G1

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