A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye foi presa nas primeiras horas desta sexta-feira (31), pela hora local, após um tribunal aprovar sua detenção no escândalo de corrupção que provocou seu impeachment, informa a agência coreana Yonhap.
O tribunal do distrito central de Seul emitiu a ordem de prisão contra Park por acusações de suborno, abuso de autoridade, coerção e vazamento de segredos governamentais após uma longa audiência.
Park, de 65 anos, pode ser mantida em uma cela por até 20 dias, enquanto é investigada. Ela não falou com os jornalistas que a aguardavam na entrada do tribunal.
A prisão preventiva representa mais um revés para Park, que obteve um resultado recorde na eleição presidencial de 2012 e se tornou a primeira mulher a governar a Coreia do Sul.
Tráfico de influências
A queda em desgraça da ex-presidente começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas.
O escândalo levou a Assembleia Nacional a destituir a presidente em dezembro, o que acabou com a imunidade de Park e abriu caminho para uma investigação.
Depois que o Tribunal Constitucional confirmou em 10 de março o impeachment, a Procuradoria interrogou a ex-presidente na semana passada, em uma audiência de 21 horas, antes de solicitar sua prisão.
"A acusada abusou de seus grandes poderes e de seu status de presidente para receber subornos das empresas ou para violar o princípio da liberdade de gestão empresarial e filtrar informação confidencial importante sobre assuntos do Estado", afirmou a Procuradoria em um comunicado, no qual considera Park uma cúmplice de Choi.
A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.
Prisões e suicídio
Park é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.
Durante o trajeto para o tribunal, exibido ao vivo pelos canais de televisão, a ex-presidente recebeu demonstrações de apoio nas ruas de Seul.
Fonte: G1
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