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domingo, março 19, 2017

Especialistas dizem que macacos não transmitem a febre amarela


O temor pela febre amarela está levando pessoas mal informadas a eliminarem macacos nas selvas do Rio. Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional informaram que matar esses animais prejudica as investigações sobre a doença. Afinal, a febre amarela não é transmitida pelo macaco. E sim, pelos mosquitos.
Nesta sexta (17), 64 dos 92 municípios do Rio entraram em estado de alerta por causa da doença. Nove cidades estão em atenção por serem próximas ao município de Juiz de Fora, onde um macaco foi encontrado morto. Há uma investigação em curso se o animal morreu por hemorragia causada pela doença ou se foi agredido.
De acordo com especialistas, pessoas mal informadas atrapalham o combate à doença e põe em risco a saúde da população.
"Quando esses macacos começam a adoecer é uma sirene que está sendo ligada chamando a atenção da população e das autoridades em geral de que naquele espaço onde convivem esses macacos algo estranho está acontecendo. Neste sentido, eles são nossos amigos, nosso protetores. Nunca é demais lembrar que o vírus é transmitido pelo mosquito. Tanto no ambiente silvestre quanto em um ambiente urbano. Não há a transmissão direta de um animal doente ou de uma pessoa doente para outro animal ou para outra pessoa", afirmou Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio.
Na Zona Urbana do município de Casimiro de Abreu, no Norte do Estado do Rio, permanece a vacinação das pessoas nos postos e hospitais de campanha montados no Centro da cidade. O mutirão começou após a morte do pedreiro Átila Santos, de 38 anos. Foi o primeiro caso confirmado no Estado do Rio.
Três parentes de Santos estão internados. Um vizinho da família também está no hospital. O Rio de Janeiro ampliou o cinturão de vacinação para evitar o avanço da doença. Nove municípios do Norte, Serra e Centro-Sul terão as populações vacinadas.
Na cidade do Rio, só 34 dos mais de 200 postos existentes estão vacinando as pessoas. O atendimento será ampliado no fim do mês quando começa a campanha. Não faltaram postos com filas. Por causa da desorganização, muita gente voltou para a casa sem vacina.
"A gente pede à população que tenha calma, que tenha cautela. O Rio de Janeiro não está em risco. A gente não tem macacos confirmados, não tem doentes confirmados. Que a população atenda o apelo que as autoridades estão fazendo", diz a superintendente de Saúde do Município do Rio, Cristina Lemos.
Vale lembrar de que além de prejudicar a investigação sobre a doença, matar macaco é crime ambiental com pena de até um ano de prisão e multa de até R$ 5 mil.

Fonte: G1

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