Para quem voa, para quem viaja de avião, a conta vai sair mais cara. A partir do dia 14, as empresas aéreas já poderão cobrar pelas malas despachadas. Agora, o que
todo mundo quer saber é se os preços das passagens vão baixar para quem viaja só com bagagem de mão. A promessa era essa, mas na prática não tem nenhuma garantia.
Garantia nenhuma. Mas a esperança é a última que morre. A gente espera que sim. Quando a autorização foi anunciada, a Anac, Agência Nacional de Aviação Civil, afirmou que os preços das passagens aéreas cairiam. Mas isso não está garantido. Até agora, apenas uma das três maiores empresas do país disse que vai adotar as tarifas diferenciadas.
O bilhete impresso foi substituído pelo eletrônico. Mas o preço da passagem não baixou. Aí, teve empresa que cortou o lanche. O preço da tarifa também não caiu por causa disso. E agora? Quem não despachar a mala vai pagar menos?
“Eu acho que há essa possibilidade, agora, fica aquela incerteza: vai haver ou não? Então, é só aguardar”, disse o servidor público Tiago Passos.
A empresa que vender passagem de 14 de março para frente vai poder cobrar pela mala que for no porão do avião. A regra não é obrigatória. As companhias é que vão decidir se a viagem vai custar menos para quem tem só bagagem de mão.
Se tiver mesmo essa diferença de preço tem muita gente que vai se reprogramar na hora de fazer a mala.
“Aí, é outra história, a gente tenta, a gente economiza mais ainda”, disse a dentista Andressa Mesquita.
Mas a empresa também pode deixar como é hoje. O passageiro pode levar uma ou mais malas com até 23 quilos, no total, para viagem no Brasil. Ou duas malas com até 32 quilos, cada, em voos internacionais.
Seja como for, a cobrança pelo despacho da bagagem provoca outras dúvidas. O quanto será cobrado, se o número de malas vai fazer diferença e como vai ser, por exemplo, o check-in nos balcões das aéreas que adotarem a medida. As empresas ainda não deram detalhes de como farão a cobrança, mas pesar, calcular e cobrar pode levar tempo.
“Hoje em dia, quando você paga o excesso de bagagem já é uma trabalheira, porque você tem que ir em outro lugar para poder pagar e o guichê só aceita, geralmente, dinheiro, então eu acho que iria aumentar, atrasar mais ainda a questão de voos, filas, acho que vai ser um pouquinho complicado, isso”, disse a estudante Bruna Calil.
Agora, uma coisa é certa: bagagem de mão, que hoje pode pesar até cinco quilos, passa para dez quilos, ou até mais. Vai depender da empresa e do tamanho do avião.
“Isso é bom”, disse o analista de sistemas César de Melo.
Bom Dia Brasil: Dá para você ir só com uma bagagem de mão?
César de Melo: Dependendo da viagem, sim.
A Agência Nacional de Aviação Civil disse que essa liberdade para cobrar por bagagem despachada aumenta a concorrência entre as empresas. A Anac disse também que prepara um ambiente de negócios para a entrada, no país, de companhias de baixo custo, que operam em outros países com tarifas mais baratas para quem leva menos coisas e cuida da própria bagagem.
O Bom Dia Brasil perguntou para as três maiores empresas do país o que elas vão fazer.
A Gol disse, por meio de nota, que vai ter uma tarifa mais barata para quem não despachar bagagem. Mas ainda não marcou uma data para implantar o novo sistema.
A Latam e a Azul disseram que estão analisando a nova regra e não deixaram claro se vai ter mudança.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas – Abear – disse que a tarifa diferenciada vai permitir uma aviação mais competitiva e a criação de novas classes tarifárias. E é o que o pessoal está esperando para ver.
“Se reduzir, vai valer bastante a pena para quem, realmente, leva o que é necessário”, disse a administradora Laize Lira.
E uma informação importante. Quem comprar passagem antes do dia 14, mesmo viajando depois, não vai pagar nada a mais pela bagagem despachada.
O Congresso tem o poder de barrar regras das agências reguladoras. O Senado já vetou a cobrança sob o argumento de que a passagem já é cara. Mas a Câmara ainda precisa confirmar o veto.
Fonte: Bom dia Brasil
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