Dez anos após o início da obra que custou até agora mais de R$ 8 bilhões, a água da Transposição do Rio São Francisco chega nesta sexta-feira (10) à Paraíba. A
agenda do presidente Michel Temer (PMDB) prevê a visita do peemedebista à cidade de Monteiro, primeira a receber a água do ‘Velho Chico’. De acordo com o correspondente da Rádio Jornal em Brasília, Romoaldo de Souza, Temer embarca de lá para Campina Grande, na Paraíba, onde assina ordem de serviço para obras na BR-230. Depois vai a Sertânia, no Sertão pernambucano, e em seguida a Monteiro.
A previsão inicial era que Temer fizesse a sua terceira visita às obras em três meses nesta quinta-feira (9), mas, nessa segunda-feira (6), o ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) vistoriou o reservatório de Barreiros, no Sertão pernambucano, que teve um vazamento na semana passada, e anunciou que a água só chegaria à Paraíba no sábado (11). A data informada pelo Palácio do Planalto foi a sexta-feira (10).De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o último reservatório do eixo leste, Barro Branco, ainda em Pernambuco, está em fase de enchimento. De lá, a água passa por um túnel até chegar ao açude de Poções, em Monteiro, já na Paraíba. Depois, a água seguirá pelo Rio Paraíba até o reservatório Boqueirão, para reforçar o abastecimento em Campina Grande, também na Paraíba.
Antes ir para o estado vizinho, a água chegou ao município pernambucano de Sertânia, onde fica a barragem que apresentou vazamento, no último dia 24, após uma visita do ministro com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Através da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o tucano, que tem planos de se candidatar à presidência, cedeu bombas para o projeto. Alckmin é só um dos nomes que usam a estratégia de ficar ligados à transposição.
Outro é o próprio Temer. Com baixa popularidade – a avaliação positiva do governo baixou para 10,3% na última pesquisa CNT/MDA, divulgada em fevereiro -, a conclusão da transposição é usada pelo peemedebista para tentar alavancar a imagem positiva no Nordeste, que tem áreas atingidas pela seca há mais de cinco anos.
De acordo com o Ministério da Integração Nacional, 96,89% do eixo leste estão concluídos até agora. Em maio, quando Temer assumiu a presidência ainda interinamente, antes da consolidação do impeachment de Dilma Rousseff (PT), a obra estava com 84,4% de conclusão nesse trecho.
No eixo norte, mais problemático por estar com obras paradas há mais de seis meses em um trecho, 94,52% estão concluídas. Porém, não há previsão prática para retomar a construção – embora o ministério espere assinar o contrato ainda este mês e Temer tenha prometido entregá-lo até o fim do ano. Envolvida na Operação Lava Jato, a Mendes Júnior abandonou o canteiro alegando dificuldade de obter crédito e a licitação para escolher a nova empreiteira está em andamento. Duas já foram desabilitadas.
Fonte: NE 10
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