Pelo menos 42 refugiados somalis, entre eles mulheres e crianças, morreram por disparos feitos de um helicóptero contra uma embarcação no mar Vermelho, perto da costa do Iêmen, informam as agências Reuters e Associated Press. Mais cedo, a agência Efe informou que os refugiados somalis tinham sido atingidos por disparos de armas leves, o que parecia excluir um ataque aéreo.
Um traficante iemita que sobreviveu ao ataque, Al-Hassan Ghaleb Mohammed, disse à AP que o barco saiu de Ras Arra e estava a 50 km da costa, quando um barco militar abriu fogo seguido pelo helicóptero de caça.
Ele descreveu à agência uma cena de pânico, em que os refugiados aterrorizados acenaram com lanternas, aparentemente para tentar avisar que não eram combatentes. Ele disse que então o helicóptero parou de disparar, mas dezenas deles já estavam mortos.
Mohamed al-Alay, da Guarda Costeira, disse à agência Reuters que os refugiados, que portavam documentos oficiais do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), iam do Iêmen ao Sudão quando foram alvejados por um helicóptero Apache perto do estreito de Bab al-Mandeb.
Os corpos de 42 refugiados foram levados aos hospitais da cidade portuária, onde dezenas de feridos também foram internados, segundo as autoridades locais. Dezenas de somalis que sobreviveram ao ataque, assim como três traficantes de pessoas iemenitas a bordo da embarcação, foram levados à prisão central da cidade.
A agência Saba, controlada pelos rebeldes xiitas huthis, afirmou que o ataque foi promovido pela aviação da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, que não comentou o caso.
Os combatentes houthis são aliados ao Irã e dominaram a capital iemenita, Sanaa, em 2014, forçando o governo do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, que tem respaldo de Riad, a fugir para o exílio.
O estreito de Bab al-Mandeb é uma rota marítima estratégica ao sul do Mar Vermelho através da qual quase 4 milhões de barris de petróleo são despachados diariamente para a Europa, os Estados Unidos e a Ásia.
Situação no Iêmen
O setor situado ao sul de Hodeida foi palco de violentos combates nas últimas 24 horas que deixaram 32 mortos, segundo fontes médicas e militares.
Desde a intervenção da coalizão árabe, em março de 2015, para ajudar o governo a frear o avanço dos rebeldes, mais de 7.700 pessoas morreram e mais de 42.500 ficaram feridas, segundo a ONU.
O país sofre atualmente a "pior crise humanitária no mundo" e se expõe a um grave perigo de fome, adverte a ONU.
Fonte: G1
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