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segunda-feira, março 20, 2017

'Altíssimo risco', afirma sindicato de agentes após operação em Alcaçuz

Operação em Alcaçuz transferiu presos dos pavilhões 1, 2 e 3 para o pavilhão 5 (Foto: Fred Carvalho/G1)

"Trata-se de uma operação de altíssimo risco em face dos desdobramentos para o que poderá acontecer para além do complexo de Alcaçuz". A afirmação é do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte, em ofício entregue ao governo do estado, nesta segunda-feira (20), após operação da força tarefa penitenciária que transferiu cerca de 800 detentos dos pavilhões 1, 2 e 3 para o Pavilhão 5 de Alcaçuz.
A entidade destaca que: "embora seja evidente a necessidade de reconstrução da referida unidade prisional, a operação idealizada pela FTIP do Ministério da Justiça trata-se de uma operação de altíssimo risco, não pelo fato de confinar no mesmo ambiente presos da facção PCC juntamente com presos da facção SCRN. Trata-se de uma operação de altíssimo risco em face dos desdobramentos para o que poderá acontecer para além do Complexo de Alcaçuz".
O Sindasp-RN ressalta ainda que, não há dúvida que a força tarefa tem plenas condições de manter a ordem, disciplina e segurança, pois são mais de 100 agentes altamente treinados e que irão permanecer no local realizando vigilância 24 horas por dia, diminuindo o risco de novos confrontos entre as facções. "Mesmo assim, é importante advertir para o que poderá ocorrer em outras unidades prisionais do estado".
Ainda no ofício entregue ao governo do estado, a presidente do Sindicato, Vilma Batista, declara que: "os efeitos colaterais que essa operação pode suscitar foram explanados pela Seção de Inteligência da Sejuc e também pela Coordenadoria de Administração Penitenciária. Contudo, em nenhum momento esses setores do sistema penitenciário do estado, bem como os diretores das casas penais envolvidas, foram convocados para opinar sobre tal operação. Queremos deixar claro que não somos contra tais medidas, mas excluir setores importantes e que conhecem o sistema penitenciário, desprezando os alertas para os possíveis efeitos colaterais, julgamos não ser esse o melhor caminho a ser seguido".
Em nota, a assessoria de comunicação do governo do estado disse que a transferência é a "continuação do trabalho que já se iniciou em janeiro, com a retomada do Pavilhão 5 pela Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), sob coordenação e apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), e que os presos transferidos ficarão temporariamente no Pavilhão 5 até que as ações de manutenção predial em Alcaçuz sejam realizadas. "Logo que os pavilhões 1, 2 e 3 estejam em condições adequadas, os mesmos voltarão aos pavilhões de origem", afirmou.
O governo também diz que, "o contingente de agentes federais e estaduais e de policiais que atuam hoje em Alcaçuz é suficiente para manter a ordem e a segurança local" e afirma que "os internos que ficarão no Pavilhão 5 estarão devidamente separados, sem ter qualquer contato, inclusive visual".
A presidente do Sindasp-RN pondera que: "além da probabilidade de uma nova onda de rebeliões tal qual aconteceu em março de 2015, e ainda de outros atentados conforme ocorreu em janeiro desse ano, o que mais nos preocupa é a vidas dos servidores que já estão em constante perigo, visto que esse é o nosso bem mais precioso".

Fonte: G1

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