A preocupação com o nível de água reservatórios brasileiros está de volta. De um ano pra cá, a situação piorou e o acionamento das usinas térmicas para garantir o fornecimento de energia faz todo mundo receber uma conta de luz mais cara.
Em um país onde a principal fonte de energia é a água, pouca chuva é sinal de alerta. O nível dos reservatórios vem diminuindo desde 2016.
Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, o estoque de água acumulada nas hidrelétricas caiu de 57% para 41%. No Nordeste, de 34% para 21%. A queda foi ainda maior na Região Sul: de 97% para 46%. Só na Região Norte teve aumento. Para complicar a situação, a previsão é de chuva abaixo da média nos próximos meses.
Preocupado com os níveis dos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico recomendou que as usinas térmicas fossem ligadas. Mais caras e poluentes, as usinas que queimam carvão, óleo e gás já estão funcionando. Isso significa que as próximas contas de luz podem vir mais caras. Hoje, quase metade das térmicas convencionais está ligada e esse percentual vai aumentar até o final de 2017.
“Esse despacho maior de térmica deverá acontecer até novembro, que é quando inicia o novo período chuvoso. O que significa ir a 65%, 70% do nosso parque”, disse Luiz Eduardo Barata Ferreira, diretor-geral do ONS.
O diretor do ONS garante que não vai faltar energia.
“Nós não temos risco de desabastecimento, mas temos a percepção de que vamos ter um custo de operação mais caro”, afirmou.
A bandeirinha da conta de luz deve mudar de cor de novo.
“Como a situação é muito crítica, pior do que na crise de 2013, vai entrar a bandeira vermelha. Isso é muito importante para o consumidor porque dá para ele um sinal de preço para ele não gastar tanta energia elétrica e o impacto vai variar de acordo com o nível de consumo”, disse Nivalde de Castro, coord. Estudos Setor Elétrico/UFRJ.
Roberto, que com a bandeira amarela já depende da filha para pagar a conta, está mudando a rotina.
“Procurar desligar a luz, procurar passar a roupa quando você tem o máximo para passar, procurar lavar a roupa quando você tem o máximo para lavar. A gente procura economizar ao máximo, mas mesmo assim”, lamenta Roberto dos Santos, aposentado.
Fonte: Jornal Nacional
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