O Papa Francisco se tornou neste domingo (26) o primeiro pontífice a visitar uma igreja anglicana em Roma, ao comparecer ao templo All
Saints da capital italiana.
"Há mais de 200 anos aconteceu o primeiro serviço litúrgico anglicano em Roma para um grupo de residentes ingleses", recordou o Papa em sua homilia.
"Nestes dois séculos, muitas coisas mudaram entre católicos e anglicanos, que antes se olhavam com receito e hostilidade. Hoje, graças a Deus, nos reconhecemos pelo que somos realmente: irmãos e irmãs em Cristo", prosseguiu Francisco.
"Demos graças ao Senhor porque o desejo de uma proximidade maior entre cristãos é mais forte, como demonstra o ato de rezar juntos".
O Papa reconheceu, no entanto, que há dificuldades no caminho da aproximação, da "plena comunhão", entre as duas igrejas cristãs.
"Às vezes o progresso no caminho de uma plena comunhão pode parecer lento e inseguro, mas hoje podemos nos sentir alentados por nosso encontro", declarou o pontífice.
Ordenação de mulheres
Em outubro passado, o Papa e o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, celebraram juntos uma cerimônia na igreja de São Gregório de Roma para marcar os 50 anos de aproximação das duas igrejas.
Os dois líderes religiosos mostraram, no entanto, suas divergências em um comunicado, "em particular sobre a ordenação das mulheres e em questões relacionadas com a sexualidade".
Na Igreja Anglicana, as mulheres podem ser ordenadas desde 1992 e representam um terço do clero atualmente.
A cisão anglicana aconteceu no século XVI, depois que o Papa se recusou a conceder a anulação do casamento do rei Henrique VIII. Desde então, os anglicanos não reconhecem a autoridade do Papa.
O reverendo Jonathan Boardman, sacerdote da igreja All Saints, localizada no centro de Roma, celebrou a visita do Papa.
"É uma alegria incrível, isto tem um significado absolutamente extraordinário", declarou.
O Papa Francisco aproveitou a ocasião para anunciar que estuda a possibilidade de viajar ao Sudão do Sul, país de maioria cristã, com Justin Welby.
Ele assinalou que, caso se realize, a viagem irá durar apenas um dia, devido à "situação difícil" no Sudão do Sul, país devastado por uma guerra civil desde dezembro de 2013.
Fonte: G1
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