O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse neste domingo (12) que, após 144 mortes em nove dias de motim da Polícia Militar no Espírito Santo, a situação
no Estado voltou ao normal. Depois de se reunir com o presidente Michel Temer nesta tarde, Jungmann também minimizou o desgaste na imagem do governo em meio à crise de segurança.
"Evidentemente que, se desgaste existe, ele tem que ser entendido num quadro onde as forças locais tiveram um processo ilegal de paralisação e, neste quadro, as Forças Armadas foram empregadas e estão obtendo como resultado aquilo com o que tinham se comprometido: a ordem e a segurança estão de volta", afirmou Jungmann.
Jungmann disse que as Forças Armadas estão no Estado com 3.130 homens e que ainda não há previsão de que eles deixem o Estado. Citando informações do governo do Espírito Santo, ele afirmou que cerca de mil policiais militares voltaram a atuar.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 1.236 policiais se apresentaram ao trabalho no Espírito Santo entre sábado (11) e domingo. Nem todos, porém, puderam retomar o policiamento —muitos estavam sem farda, por exemplo. Mulheres dos policiais ainda bloqueiam a entrada de batalhões no Estado.
Jungmann negou que o governo federal tenha demorado a atuar e afirmou que as Forças Armadas estavam nas ruas da região metropolitana de Vitória cinco horas após o governo estadual ter feito a solicitação por escrito, na segunda-feira (6).
"Desde então, não tivemos mais, na grande Vitória, arrastões, sequestros, desordem ou o que seja. Pelo contrário. Atuamos com a maior brevidade e rapidez. Se algo houve, foi antes da entrada em cena das Forças Armadas, que garantiram e estão garantindo que, hoje, por exemplo, num dia de domingo, 100% daqueles que normalmente vão à praia lá estão e, portanto, a vida volta á normalidade", afirmou o ministro, único a se manifestar após o encontro no Palácio do Jaburu.
Além de Temer e Jungmann, participaram da reunião o ministro interino da Justiça, José Levi do Amaral, o general Sergio Etchegoyen, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), além dos ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria Geral).
Jungmann disse que as Forças Armadas serão empregadas toda vez que houver manifestações como as que ocorrem no Espírito Santo, mas negou haver receio de um efeito cascata em outros Estados.
"Pediu-me também o senhor presidente Temer que comunicasse que esta será a regra em qualquer tipo de alteração ou tentativa que se venha a fazer de quebrar a ordem e a segurança pública. Nós, de forma inflexível e intransigente, utilizaremos de todos os recursos disponíveis constitucional e legalmente para, com firmeza e serenidade, assegurar a vida, a paz e a tranquilidade juntamente com os governos estaduais que têm a mesma orientação, que é a de manter a ordem pública e a segurança pública", afirmou o ministro da Defesa.
No Rio de Janeiro, parentes de policiais militares também fazem manifestações, mas o governo federal apenas monitora a situação.
"Estamos, a pedido do senhor presidente, acompanhando a situação no Rio de Janeiro, onde segue normal, onde 97% do policiamento encontra-se nas ruas. Há um protesto, é verdade. Mas não tem afetado de forma alguma o funcionamento policial naquele Estado. Afora o Rio de Janeiro, tudo segue normal nas outras unidades da Federação, não havendo indícios de contágio ou qualquer outra possibilidade de repetição, até aqui, do que aconteceu no Espírito Santo", afirmou.
Ao ser questionado sobre se o Carnaval, que começa em duas semanas, seria tranquilo, Jungmann minimizou eventuais problemas. "Carnaval é Carnaval. Bom Carnaval para vocês", disse ao jornalistas.
Fonte: Folha de São Paulo
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