O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) vai abrir sindicância para apurar a morte Eduarda Giovana Kashimarki, de 22 anos, por infecção generalizada no
Hospital Estadual de Sumaré (SP). A infecção foi causada depois que o médico ginecologista e outro cirurgião do Hospital Municipal e Maternidade Doutor Acílio Carreon Garcia, de Nova Odessa (SP), esqueceram uma compressa dentro do corpo da paciente ao fazerem uma cirurgia de cesárea.
A jovem tinha passado por uma cirurgia de parto no dia 23 de janeiro no hospital de Nova Odessa.
No entanto, três dias depois ela voltou a ser internada na unidade de saúde com fortes dores na barriga, onde permaneceu mais dois dias até ser transferida em estado grave para Sumaré.
No hospital estadual, Eduarda passou por uma cirurgia abdominal, mas não resistiu e morreu no fim da tarde desta quarta-feira (1) por choque séptico provocado pela presença da compressa. Em nota, a unidade confirma o fato e diz que isso causou a morte da paciente.
Revolta
Durante o velório da jovem em Nova Odessa, nesta quinta-feira (2), a família se mostrava revoltada com o episódio. “Eu vi a minha filha morrendo a míngua, sem ajuda e não podia fazer nada, porque eu falava com um e falava com outro e eles me diziam que estava normal’, desabafa a mãe de Eduarda, Maria Aparecida Kashimarki”.
Ainda de acordo com Maria Aparecida, médicos do hospital chegaram a dizer que se tratava de uma depressão. "Falaram que era o psicológico dela, porque era depressão pós-parto".
O irmão de Eduarda, Adriano Kashimarki, está inconformado com o fato do hospital de Nova Odessa não ter detectado, mesmo após um exame de ultrassom, que havia um pedaço de pano dentro da jovem. "Não tem palavra, como é que não identificaram um pano daquele tamanho", argumenta.
Apuração
O Cremesp já investiga o hospital de Nova Odessa por outros quatro casos suspeitos de erro médico ocorridos em 2016. De acordo como a entidade, nenhuma dessas sindicâncias envolve os dois médicos que fizeram o parto em Eduarda.
Segundo a diretoria do hospital, os dois profissionais que realizaram o cirurgia da jovem são experientes e trabalham há 15 anos na unidade como concursados. No entanto, poderão ser demitidos, conforme o que for apurado pelo processo administrativo que vai ser aberto e conduzido pelo conselho de ética do hospital.
"Todos esses médicos, técnicos e enfermeiros serão chamados e ouvidos para esclarecimento", afirma o diretor técnico do Hospital, Eduardo Borges.
Segundo o Cremesp, as sindicâncias abertas no ano passado estão em andamento e sobre sigilo. Já o Ministério Público de São Paulo diz que as investigações sobre as outras quatro mortes por suspeita de erro médico estão em andamento e que o caso da Eduarda será analisado pela entidade.
Fonte: G1
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