O ex-presidente da CBF José Maria Marin move um recurso para tentar derrubar a acusação de que faz parte de uma organização criminosa no processo do caso Fifa que corre na Justiça dos EUA. Esse
crime foi criado para enquadrar a máfia. Houve audiência na terça-feira e a juíza Pamela K. Chen dará em breve veredito sobre o assunto. A tendência é a negativa ao pedido do ex-dirigente.
Em prisão domiciliar em Nova York, e detido desde 2015, Marin é acusado de sete crimes: um de conspiração criminosa (RICO), três por fraude eletrônica e três por lavagem de dinheiro. Isso porque o Departamento de Estado dos EUA alega que recebeu propina por contratos da Copa do Brasil, Copa América e Libertadores com passagem de dinheiro pelos EUA.
O objetivo da defesa do ex-dirigente da CBF é separar seu processo dos outros réus e ao mesmo tempo derrubar a acusação de participar de organização para influenciar, conspirar e corromper, conhecida como RICO nos EUA. A legislação de RICO foi criada no país na década de 70 para enquadrar a máfia.
''Apesar de os procuradores tentarem retratar esses esquemas diferentes como se fossem parte de um único, organização criminosa conspiradora mundial, o governo falhou ao demonstrar que Marin concordou em se juntar ou estabeleceu uma conspiração, ou que a Conmebol tivesse uma relação contínua com outras organizações'', afirmou o advogado de Marin, Charles Stillman, em sua moção. Na audiência, ele reforçou que não há conexão entre a Conmebol e outras confederações.
Mas os procuradores norte-americanos argumentam que há, sim, conexão entre a confederação sul-americana e outras como a Concacaf por meio da Fifa. E dizem que Marin não precisava ter conhecimento de todos os esquemas para ser considerado um conspirador. Bastava que ele tivesse participado de um dos atos ou conhecesse atos criminosos cometidos pelo grupo.
A juíza Pamela K Chen disse que a argumentação do advogado de Marin trata mais da questão de provas de conspiração do que de se há base para acusa-lo de fazer parte da organização, segundo o site jurídico americano ''360law''. A indicação é de que ela deve negar o pedido do ex-dirigente da CBF, assim como a sua requisição para separar seu processo de outros réus. Até porque só sobraram cinco réus no processo que alegam inocência, todos os outros tendo assumido a culpa e feito acordos.
Se a juíza de fato negar o pedido, isso não significa que Marin está condenado por conspiração criminosa. Isso implica que ele ele vai ter que responder por esse crime no julgamento marcado para novembro de 2017, podendo ser condenado ou não. A defesa do ex-dirigente considera a acusação contra ele ''vaga'', já os procuradores alegam que ter elementos para condena-lo.
Fonte: Uol
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