Os confrontos entre facções com mortes dentro dos presídios é um problema que deve ser resolvido a médio ou longo prazo com uma junção de esforços dos Estados,
além do Poder Judiciário, afirmou em Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira (19) o presidente da República Michel Temer (PSDB).
Dentre as medidas estão a construção de 30 presídios pré-moldados estaduais e federais para gerar 30 mil vagas até o fim do ano, segundo ele. "Vai depender muito dessa conexão e de vários fatores. É uma questão de longo prazo ou de médio pelo menos", disse Temer, após anunciar uma linha de crédito de R$ 12 bilhões para estimular o setor agrícola.
Matanças foram registradas em prisões de ao menos três estados desde o início do ano. Na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte onde ao menos 26 morreram no fim de semana, internos voltaram a entrar em batalha campal nesta quinta-feira (19).
Além disso, Natal tem vivido uma onda de violência com ataques a 21 ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo estadual, um veículo da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, três carros da secretaria de Saúde de Caicó (RN) e duas delegacias. Situação que levou o presidente a autorizar, segundo sua assessoria de imprensa, o uso das Forças Armadas na segurança das ruas da capital potiguar.
Anteriormente, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, outros oito detentos foram mortos no Amazonas na Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoal. No dia 6, 33 foram mortos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pamc), em Roraima.
Presídios em até nove meses
De acordo com Temer, o objetivo é que sejam construídos 25 presídios estaduais e cinco federais, todos pré-moldados, de modo a agilizar as obras e concluí-las entre oito e nove meses.
"Ou seja, se começar agora, lá para o fim do ano teremos mais de 30 mil vagas abertas no país. Evidentemente, também depende da atividade do judiciário, da assistência do judiciário, da Defensoria Pública, que vai apanhar os presos de todos os estados, verificar quem já cumpriu pena, quem é preso provisório e demanda sentença judicial, para agilizar essas sentenças. É isso o que acontece. Quero revelar com isso que é importante a junção de todos esses setores para resolver, em definitivo, a questão penitenciária no país", afirmou.
O presidente ressaltou que a união tem feito "tudo que lhe cabe", colocando as Forças Armadas para as inspeções nas unidades e destinando R$ 150 milhões para o bloqueio de aparelhos celulares e mais R$ 80 milhões para impedir a entrada de mais armas e telefones nos complexos.
"Aparentemente era uma questão só local, mas que começou a ultrapassar as fronteiras físicas e jurídicas dos estados brasileiros, gerando quase uma questão ligada à segurança nacional. E isso nós não poderemos tolerar."
Fonte: G1
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