O jurista Hélio Bicudo, autor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, defendeu a convocação de eleições gerais no Brasil.
Na última quarta-feira, a reportagem da Jovem Pan foi recebida na casa dele, nos Jardins, na capital.
O conteúdo da conversa, de uma hora, será usado em um livro que o advogado, de 94 anos, pretende lançar até o fim do primeiro semestre.
A obra vai trazer artigos de Hélio Bicudo e de outros juristas, analisando o processo de impeachment da petista.
Ao falar sobre os temas nacionais, o jurista defendeu que o presidente Michel Temer convoque eleições gerais, imediatamente. “Não havia mais possibilidade da Dilma Rousseff permanecer no poder. Então acho que por aí a coisa andou, mas depois parou. Minha ideia, quando fizemos a movimentação, foi no sentido de que o Temer estaria apenas para revisar e tomar todas as medidas necessárias para a eleição geral de presidente da república, mas não foi isso que aconteceu”, disse.
Sobre sequência da Lava Jato, o jurista Hélio Bicudo considerou a operação fundamental para reorganizar a política no Brasil. “Lava Jato não é apenas um fato. É um movimento que tem coloração clara no sentido de mudança. Questão da responsabilidade dos políticos é fundamental para você reorganizar a política brasileira”, afirmou.
Questionado sobre a crise do sistema penitenciário, Hélio Bicudo destacou que o problema é mais político do que de segurança: “a crise carcerária não é crise carcerária, é crise política. Mostra como o Brasil tentou passar ao largo das suas necessidades”.
A história de Hélio Bicudo é marcada pela luta em favor dos direitos humanos, com destaque para o enfrentamento aos esquadrões da morte na ditadura.
Ele foi filiado ao PT, chegou a ser vice-prefeito de Marta Suplicy, mas descontente com as práticas do partido, deixou a legenda.
A entrevista vai fazer parte das páginas do livro que o jurista prepara sobre o impeachment.
Confira:
Fonte: Jovem Pan
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