A Odebrecht escolheu revender da concessão do Maracanã ao consórcio CSM/GL Events/Amsterdam Arena com parceria com o Flamengo. A
princípio, preteriu o grupo Largadère. Mas ainda faltam vários passos para o grupo que tem o clube rubro-negro assumir o estádio: cumprir todas as exigências do governo e chegar a um acordo em todos os termos.
A Odebrecht está negociando com os dois consórcios desde novembro de 2016. Ao mesmo tempo, os grupos tentam atender exigências do governo do Estado do Rio. Essa fase da revenda da concessão visa garantir que todas as obrigações do edital de licitação serão cumpridas pelo grupo vencedor. Isso inclui manutenção, obras, e pagamento de outorga ao governo.
Houve reuniões entre os consórcios e a comissão do Estado do RJ para o tema nesta terça e quarta para explicar o que faltava. A GL Events entregou o restante da documentação ainda nesta quarta, e a Largadère deve fazer o mesmo até sexta-feira. O governo deve responder se atenderam as condições até a próxima semana.
Aí a escolha vai para as mãos da Odebrecht. A construtora já adiantou um acordo com a CSM/GL Events e Amsterdam Arena para um pagamento entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões pela transferência da concessão. A maior parte do capital será da GL, empresa francesa que já administra a Arena da Barra e o Riocentro. Partes envolvidas no negócio, no entanto, dizem que ainda faltam muitos pontos para fechar o negócio.
Mas há grande avanço nas conversas. Tanto que o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, previu um desfecho próximo para o imbróglio do estádio, embora não dê uma data.
O valor pago pelo novo consórcio representa menos de um terço do prejuízo da Odebrecht na concessão do Maracanã que chegou a R$ 173 milhões. Mas a empreiteira lucrou bastante com a realização da obra que custou R$ 1,2 bilhão.
Se o governo der aval ao negócio, a Odebrecht e a CSM/GL terão de fazer uma auditoria completa do Maracanã, o que inclui condições do estádio e contas da concessionária. Por exemplo, terá de se saber as condições da cobertura do estádio, maior preocupação de engenheiros e partes envolvidas no negócio. Além disso, terá de se apurar as dívidas da empresa. Por isso, não dá para determinar os termos do acordo.
Em caso de negócio fechado, a diretoria do Flamengo pretende assumir provisoriamente o estádio junto com seus parceiros neste período para começar a recuperá-los para jogos.
O modelo de gestão do consórcio que deve assumir o Maracanã está traçado em suas linhas gerais, embora sejam necessários muitos ajustes. Quem entra com maior capital e faz a administração do estádio é a GL Events, empresa de maior poderio financeiro. A empresa francesa poderia explorar os shows e eventos no estádio. A CSM ficaria com a parte de hospitalidade.
Neste modelo, o Flamengo terá independência para realizar seus jogos e fazer a gestão do estádio nos dias de jogos. É o modelo almejado pelo clube há bastante tempo. O Fluminense pretende se manter com o acordo atual: não paga custos, fica com a bilheteria e abre mão de camarotes e exploração do estádio.
A grande questão é como resolver os altos custos de manutenção do Maracanã – em torno de R$ 50 milhões por ano – e possivelmente a outorga a ser paga ao governo – R$ 5 milhões. Neste caso, a GL Events é quem tem o maior capital. Mas a diretoria rubro-negra sabe que terá de arcar com parte desses custos. Ainda não está definido como isso ocorrerá se o negócio for concretizado.
Fonte: Uol
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