Quatro pessoas da mesma família manifestaram sintomas da "doença da urina preta" em Fortaleza. Entre elas, um idoso de 70 anos que
segue internado e tem o quadro de saúde estável, mas que "requer cuidados intensos". A Secretaria da Saúde informou que três casos foram oficialmente notificados, todos em Fortaleza.
Os familiares foram atendidos em um mesmo hospital de Fortaleza, duas filhas do senhor de 70 anos e a mulher apresentaram sintomas da doença "de maneira branda", segundo um dos médicos que acompanha os casos e não autorizou identificação.
Uma das filhas mora e trabalha em Salvador, e esteve em Fortaleza para passar o Natal com a família. Ela ficou internada por três dias no hospital, com um quadro mais brando, tomando soro, fazendo exames e foi liberada. Os dois casos da mesma família notificados pela Sesa são relativos aos pacientes que ficaram internados.
O idoso deu entrada no hospital com quadro de insuficiência renal e fortes dores musculares. Ele está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e realiza hemodiálise diariamente. Conforme o médico, o quadro de insuficiência renal é tão grave que o homem ainda não urinou desde que deu entrada na unidade de saúde, no dia 2 de janeiro.
A outra filha e a mulher do idoso foram ao hospital para acompanhar o quadro, mas não ficaram internadas e não apresentam mais os sintomas.
Casos oficialmente notificados
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) afirmou nesta sexta-feira (13) que, oficialmente, há três casos suspeitos notificados no estado.
De acordo com a nota técnica, os casos estão devidamente em investigação pela equipe da secretaria estadual e também pela secretaria municipal de Fortaleza. Foram coletadas amostras dos pacientes para diagnóstico laboratorial, que ainda estão sob análise.
Os pacientes apresentaram os sintomas mais frequentes, observados nos casos da Bahia desde meados de dezembro: dores musculares principalmente na região cervical, membros inferiores e superiores, urina com uma cor diferente e alteração nas funções dos rins. Nos boletins divulgados, a doença é tratada como "mialgia [dor] aguda a esclarecer".
A doença, ainda sem uma causa confirmada pelos pesquisadores e órgãos de saúde, contabiliza 52 casos na Região Metropolitana de Salvador. Se os casos forem confirmados no Ceará, serão os primeiros fora da Bahia. É necessário investigar se os registros dos estados têm relação entre si.
Investigação e amostras
Até esta quinta-feira (12), amostras de fezes de nove pacientes da Bahia foram encaminhadas para o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro. O órgão é referência na análise de amostras para identificar novas doenças. As análises estão em andamento, mas o instituto pediu mais amostras de soro e de urina para continuar a investigação. Não há um prazo para a entrega do laudo.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, 44 pacientes tiveram resultado negativo para infecção bacteriana.
Há, ainda, a suspeita de que peixes consumidos na região tenham causado intoxicação. Por isso, amostras consumidas por pessoas acometidas pela doença foram encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e para um laboratório dos Estados Unidos.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!